Machados, escudos e espadas. Quem iria imaginar que uma casa que promove baladas de pop, música eletrônica, alternativa e até mesmo samba, um dia receberia um dos maiores nomes do folk/viking metal mundial? Pois bem, no sábado, 30 de julho, a banda Týr invadiu o Estúdio Emme, na região de Pinheiros, e a casa foi tomada pela mitologia nórdica. A banda Skaldic Soul, de Jundiaí, foi responsável pela abertura da noite e, ao lado do grupo Ordo Draconis Belli, que encenou batalhas medievais, aqueceram muito os ânimos dos presentes.
Formado por Heri Joensen (vocal e guitarra), Terji Skibenæs (guitarra), Gunnar Thomsen (baixo) e Kári Streymoy (bateria), o grupo fazia sua estreia no Brasil e na América do Sul. Muito simpáticos, os próprios músicos se encarregaram pela montagem dos seus equipamentos e passagem de som, além de passearem entre a plateia no começo da noite. O público era relativamente pequeno, mas muito apaixonado pela banda e este sentimento transpareceu durante todo o show. E, apesar de alguns problemas com som e luz – que atrasou um pouco o trabalho dos fotógrafos presentes – o clima era de um grande concerto.
Pontualmente às 21h15, uma introdução anunciava a chegada da banda, que já começou o show com a música “Flames of the Free”, do último álbum “The Lay of Thrym”. Na sequência veio “Sinklars Visa” e essa dobradinha já foi o suficiente para levar os fãs ao delírio e impressionar Heri, que fez questão de agradecer pela receptividade, o vocalista aproveitou para anunciar a canção “Nothern Gate”, de 2009. O clima nórdico seguiu com “Wings of Time”, “Ragnarok” e “Shadow of the Swastika”, esta última também do mais recente trabalho do Týr. Entre uma música e outra, os integrantes levantavam brindes com a plateia, no tradicional “cheers”, em inglês, ou em seu idioma nativo, irreproduzível por esta que vos escreve, mas muito familiar para os dedicados fãs.
O prêmio de integrante mais simpático pode ir para Gunnar, que o tempo todo interagiu com as pessoas mais próximas ao palco e distribuiu sorrisos e carisma. No intervalo entre “Hall of Freedom” e “The Rage of the Skullgaffer”, Heri novamente agradeceu o carinho dos fãs, especialmente aqueles que trouxeram a bandeira de seu país, Ilhas Faroé. Para se conectar ainda mais com sua cultura, a banda tocou “Tróndur í Gøtu”, onde nem a barreira do idioma foi um problema. Após esta viagem cultural, Heri perguntou quem mais na plateia tinha um pingente com o martelo de Thor e, gritos entusiasmados indicavam que os fãs já sabiam que era hora “Hail to the Hammer”, que foi cantada por todos na casa.
Com cerca de uma hora de show, a banda encerrou a primeira parte do seu repertório e, em poucos minutos, voltou para mais alguns sucessos, como “Regin Smiður”, música tradicional faroense, emendada por “Dreams”, de 2003. Antes das duas músicas que encerrariam a noite, a banda fez um intervalo para tirar a foto oficial do show com o público e as bandeiras do Brasil e Ilhas Faroé. O bis seguiu com “Hold the Heathen Hammer High” e a memorável passagem do Týr por São Paulo se encerrou com “By the Sword in My Hand”, fazendo aqueles fãs que também encenaram as lutas no começo da noite empunhar suas espadas e dar um final épico para a noite.
Alguns minutos após o fim do show, os músicos se encontraram com o público, para distribuir autógrafos, tirar fotos e receber os merecidos elogios. Não restam dúvidas de que o Týr fez uma grande estreia em terras brasileiras. Os quatro integrantes respeitaram muito seus fãs em diversos aspectos, com pontualidade, qualidade e execução das músicas, simpatia e comprometimento. Definitivamente, eles abriram o caminho para mais bandas do gênero e deixaram a sua marca nos fãs, além da vontade – e promessa – de mais shows por aqui no futuro.
Setlist:
Intro
Flames of the Free
Sinklars Vísa
Northern Gate
Wings of Time
Ragnarok
Shadows of the Swastika
Hall of Freedom
The Rage of the Skullgaffer
Tróndur í Gøtu
Hail to the Hammer
Bis
Regin Smiður
Dreams
Hold the Heathen Hammer High
By the Sword in My Hand
Outro
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