Essa cobertura inicialmente já carregava algo inusitado: ao menos para mim, seria meu primeiro trabalho em um show de uma banda cover. Ok, um cover oficial, diferenciado pelo fato de serem apenas mulheres tocando músicas de uma banda só de homens. Mas, um cover. E isso me deixava com expectativas bem diferentes para essa noite.
Ao chegar ao local, um de meus principais questionamentos começou a se responder sozinho: com o preço dos ingressos no mesmo patamar do que seria cobrado para uma banda autoral, o público compareceria? Pois bem, quando a casa abriu, a fila continha 18 pessoas, e o credenciamento de imprensa, 4. Comecei a temer por um fiasco de proporções homéricas.
Quando a banda de abertura, Metal Attack (formada por “figurinhas carimbadas” da noite de SP, com a intenção de apenas tocarem covers de Metal anos 80) iniciou sua apresentação, a pista não comportava mais do que 50 pessoas. Ok, já era um público bem maior do que o que esperava a casa abrir, mas ainda assim mínimo. E a banda fez muito bem o seu papel de aquecer o público para as Maidens. Com clássicos que iam de Twisted Sisters a Dio, passando por Accept e AC/DC, os caras da Metal Attack souberam fazer uma show divertido e certeiro para o público que ali estava.
Mas claro que todos queriam ver como as músicas do Maiden ficariam em suas versões femininas. E, assim que as cortinas foram abertas, a intro executada, as meninas já entraram mandando Aces High. Show começando “voando alto”! E foi deveras agradável perceber que ali não estavam apenas rostinhos (o corpos) bonitos, mas sim cinco meninas que sabiam muito bem o que faziam! Kirsten “Bruce Chickinson” Rosenberg (vocal), Satomi Suzuki (guitar), Wanda “Steph Harris” Ortiz (baixo), Linda “Nikki McBurrain” McDonald (bateria) e principalmente Courtney “Adriana Smith” Cox ( guitar) faziam a todos perguntar, certamente, porque aquela não era a formação real do Maiden! (rs) Quando disse principalmente ao citar Coutney não foi por méritos musicais maiores que suas companheiras de banda, mas sim pelo fato dela ser nitidamente a mais procurada da banda. Para quem não sabe, Courtney aceita de bom grado o papel de sex symbol, tendo passagens por revistas como Hustler e Playboy, inclusive na edição brasileira. E era nítido que, onde ela estava, o aglomerado a frente do palco era maior. Particularmente, se não fosse aquele enorme reservatório de silicone que ela carrega no peito, sou obrigado a dizer que ela não teria a menor graça (ok cuecas, podem bater!). Mas voltemos ao show. Com Kirsten muito comunicativa e esbanjando simpatia, e com o resto do time, mesmo sem pronunciar uma palavra ao microfone, na mesma pegada, o show seguiu-se com Two Minutos to Midnight, Wasted Years e aqui a primeira aparição do mascote mais querido do meio Metal: Eddie subia ao palco e interagia com as meninas e com o público, dando um que a mais à apresentação. Die With your Boots on, The Wickerman (e lá estava Eddie novamente), Flight of Icarus e Killers, e agora o Studio M tremia. Sim, tremia, pois a casa finalmente tinha um público, estimo eu entre umas 300 pessoas. Somewhere in Time e então a sequência que tirou o fôlego de todos que estavam ali: Wratchild, 22 Acacia Avenue, The Trooper (com direito a Kirsten invadir o palco com uma enorme bandeira do Brasil), The Number (com mais um Eddie versão “Besta”) e Phantom of the Opera. Essa, executada com primor pelas meninas. Seguiu-se Moonchild, The Evil That Man do e então os agradecimentos finais eram feitos. A banda se preparava para encerrar a apresentação, em meio a algumas brincadeiras com trechinhos de músicas, citações nominais de responsáveis pela realização do show e agradecimentos rasgados a todos os presentes. E então, para fechar a noite, Run to the Hills (com o derradeiro Eddie).
Após o show, as meninas ainda se dirigiram a banca de merchandising oficial e foram extremamente atenciosas com todos que ali estavam, autografando, cumprimentando e fotografando com quem ali estivesse para isso. Incluo-me nesse grupo. E confesso: passei direto pela Courtney e fui até Ortiz (essa sim, uma coisinha linda realmente!) e Linda, uma “senhora” baterista!
Resumindo isso tudo: uma ótima banda, que executa muito bem as músicas de seus ídolos, temperam isso tudo com muita simpatia e energia no palco. E ainda exibem uma talentosa coelhinha da Playboy que carrega praticamente o sexto membro da banda em seu peito, e não faz a MENOR questão que alguém na platéia pense o contrário. Um grande show, de uma grande banda. Com grandes seios!