O anúncio do show de Robert Plant foi, para muitos, uma oportunidade de chegar mais perto do Led Zeppelin, cuja reunião tem chance muito remota de acontecer. Uma noite esgotada e um show extra na capital mostraram o interesse das pessoas em assistir um dos lendários vocalistas da história do rock. Pontualmente às 22 horas, uma narração anunciou a banda The Sensational Space Shifiters com Robert Plant e, um a um, os integrantes subiram ao palco para, no fim, o vocalista surgir e ser ovacionado pelo público. A partir desse momento, a opinião e experiência de cada um com o show foi de acordo com suas expectativas.

Robert Plant por Vivi Carvalho 01

Quem estava no Espaço das Américas esperando um show mais roqueiro e cheio de clássicos do Led Zeppelin provavelmente se decepcionou, mas aqueles que aceitaram o fato que esse senhor de 64 anos busca, hoje em dia, não viver somente no passado de sua ex-banda e sim explorando novas sonoridades ao lado de talentosos músicos de diversas etnias, saíram extremamente satisfeitos.

Abrindo o show com Tin Pan Valley de sua carreira solo, logo de cara percebia-se o tom da noite. Um som mais blues, viajado, cheio de texturas e feelings comandado por um Robert Plant, que estava bem a vontade e simpático, trocando uma ou outra palavra em português com o público. Na banda, Juldeh Camara merece destaque não só por acrescentar ao som instrumentos africanos, como o ritti e o kologo, mas também por dividir alguns vocais com Plant de forma espetacular.

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O público recebeu bem tanto as canções solo e as covers, como Song To The Siren de Jeff Buckley, por exemplo. Mas é claro que toda a vibração mudava com qualquer canção do Led Zeppelin que surgia. Em diferentes arranjos, algumas não foram identificadas em um primeiro momento, foi o caso de Black Dog que surgiu bem irreconhecível. Mas isso não impediu as pessoas de se arrepiarem vendo Plant cantá-las. Claro que a voz dele não foi a mesma de antigamente, como muitos dizem no papo de sempre, mas comprova o quanto o vocalista é excepcional ao utilizar muito bem sua versalitidade mesmo com as limitações da idade.

Ramble On serviu para que Plant brincasse com o povo, fazendo-o berrar o refrão da canção e sendo obviamente atendido. Whole Lotta Love encerrou a primeira parte, antes da tradicional pausa para o bis que levou o público a um grande grau de empolgação. Going To California foi acompanhada em coro por muitos e após ela, citando brevemente algumas características do Brasil, Plant convidou a todos para dançar. Para fechar a noite em grande estilo e de forma mais do que esperada por todos, a banda tocou Rock And Roll.

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Fim da apresentação e mesmo não sendo o Led Zeppelin como alguns esperavam, não se pode negar que Plant, acompanhado da Sensational Space Shifters, fez um belo show que para muitos e, sem dúvida, entrará na lista de melhores do ano. Muito disso se deve à nostalgia em poder ver o lendário vocalista cantar algumas das mais icônicas canções da história que têm significado especial para muitas pessoas.

Setlist:

Tin Pan Valley
Another Tribe
Friends
Spoonful
Somebody Knocking
Black Dog
Song to the Siren
Bron-Y-Aur Stomp
The Enchanter
Gallows Poe
Ramble On
Funny In My Mind (I Believe I’m Fixin’ To Die)
Whole Lotta Love

Bis:
Going to California
Rock and Roll