Neste último domingo, dia 18, aconteceu no Blackmore Rock Bar o 1º Metal SP Festival, evento que reuniu nomes do cenário underground e velhos grandes do Metal nacional.
Devido à repentina chuva pesada, tivemos problemas até chegar ao local do festival e perdemos a apresentação, e lamentamos não dar informações a respeito da apresentação da banda Selvageria.
Dito isso, captamos a apresentação da Beyond the Grave, grupo de Itaquaquecetuba (SP) que mostrou peso, intensidade e um bom vocal, juntamente com muita velocidade nos bumbos de seu Thrash Metal. O show se iniciou próximo das 18h30, mas foi marcado por problemas técnicos da casa, como falhas elétricas e panes nos microfones. Mas isso não interferiu na potência ou no ânimo dos músicos Ivi Kardec (guitarra), David Sampaio (vocal e baixo), Sérgio Araújo (guitarra) e Maurício Mendonça (bateria).
Às 19h30, subiu ao palco a banda Martíria, formada por Rafael (guitarra), Roger (baixo), Juliana (vocal), Guilherme (guitarra) e João (bateria). Formada em 2010, ela traz elementos que remetem à cena metálica oitentista, com influências de bandas como Azul Limão, Salário Mínimo, Anthares e outras. Sua performance on stage foi deveras agradável, com músicos muito bons, e um vocal consistente, mas pouco surpreendente.
Logo depois, foi a vez do Blasthrash, outra grande banda de Thrash Metal de SP. E essa foi mais uma banda que, infelizmente, teve interrupções causadas pelos problemas do equipamento do palco do Blackmore. Depois dos transtornos resolvidos, a banda fluiu e o som tomou conta da casa.
E eis que, depois de toda aquela energia, se inicia uma das performances da noite: as Fetish Dolls, Mayanna Rodrigues e Chris Lima. Ambas deixaram os marmanjos malucos com sua sensualidade, principalmente quando uma bela garrafa lacrada de whisky Jack Daniels se juntou a elas naquela apresentação.
Logo após, uma das lendas fez o teto do lugar tremer: a banda Salário Mínimo destruiu a noite e surpreendeu este redator. Músicas como Beijo Fatal, Cabeça Metal, Anjos da Escuridão e outras mais fizeram quase toda a pista cantar e gritar junto e agitar muito aquele espaço. Banda do cenário nacional do Metal dos anos 80, tem dois discos lançados (SP Metal, de 1984, e Beijo Fatal, de 1987) e, em 2004, depois de 14 anos, retornam aos palcos com a classe, a primazia, a autenticidade e a potência que os fizeram tão populares no Metal brasileiro. E com um belo adendo: durante a música Dama da Noite, as Fetish Dolls desceram novamente ao palco, e interagiram com a banda de forma picante e insinuante.
E, para fechar a noite, uma banda que, também nos anos 80, criou sua marca no quadro de bandas mais importantes do Metal nacional: o Vulcano. Fundada em 1981, e considerada uma das primeiras bandas de Metal Extremo do Brasil, senão a primeira, é composta por Luiz Carlos Louzada (vocais), Zhema Rodero (guitarra), Fernando Nonath (guitarra), Carlos Diaz (baixo) e Arthur Von Barbarian (bateria). O Vulcano dignamente fechou o festival com chave de ouro, fazendo toda a pista agitar com um som forte, pesado, intenso, rápido e, com o perdão da palavra, muito foda. Aquela energia que se via claramente demonstrava que todos os integrantes da banda estavam botando suas almas pra fora, com todo seu Thrash/Death Metal que os fizera tão conhecidos e populares entre os admiradores do metal.
Um evento que juntou caras novas da cena, com medalhões dispostos a calar de uma vez todas as bocas que insistem em dizer que o Metal nacional está morto. Bandas que, apesar do público relativamente pequeno, de todos os inúmeros problemas técnicos enfrentados durante toda a noite, mostraram uma garra e energia típicas de nossas bandas. Que eventos como esse se proliferem, que bandas de qualidade sobrevivam, e que nossos precursores permaneçam por muito tempo ainda na ativa. Disposição e qualidade para isso ainda sobra!
