Muito se tem dito e ouvido sobre o já fatídico, desgastado e até piegas “apoio ao Metal nacional”. Ainda mais nesse momento de desabafos sinceros e estúpidos, onde o que deve ser dito é feito de forma totalmente errônea, consequentemente não atingindo os objetivos propostos. Porem, nem só de cuspidas idiotas vive a cena. Ainda existem pessoas que preferem fazer e realmente apoiar ao invés de ir a público falar bobagens. E Rodrigo Balan e sua Metal Media é um desses. Com um cast de muito (literalmente) peso, o Metal Media reúne algumas bandas do citado para interagirem e divulgarem seus trabalhos. E na última sexta-feira foi a vez das bandas HellArise (Death Metal com line up totalmente feminino), Reviolance e Woslom (Thrash Metal). Com um Blackmore entregue as moscas, onde o que se via eram as bandas, o próprio Rodrigo e sua esposa, e alguns poucos amigos/familiares (até a imprensa teve adesão de talvez três ou quatro mídias no máximo), com uma iluminação fraquíssima e som embolado, as bandas fizeram o que sabem de melhor: destruíram tudo com muita garra e determinação!

HellArise

HellArise

A banda escolhida para abrir a noite foi a HellArise, banda de Death Metal Formada por Flávia Mörnietari (vocal), Renata Petrelli e Aline Fernandes (guitar), Patrícia Schlithler (baixo) e Mirella Max (bateria). As meninas foram uma das representantes paulistas no W.O.A. Metal Battle deste ano, e o que se pôde ver de lá para cá foi uma evolução nítida na banda. Tanto nas composições novas apresentadas, como na execução das músicas, a Hellarise provou que o (pouco) tempo trouxe experiência. As novas composições são incríveis, mostrando uma qualidade realmente gratificante! No palco, os destaques ficam por conta da cozinha, onde Patrícia possui uma presença de palco interessante, e Mirella segura de forma determinante a parte rítmica da banda, com muita energia e precisão. Mas nada supera o “demônio ruivo” Mörnietari. Flávia é algo simplesmente impressionante! Canta muito, tanto no gutural como nas passagens limpas, e preenche o palco como poucos! É gratificante vê-la ao vivo. Em pouco menos de uma hora o que se pôde perceber, além das ótimas composições e evolução como banda, foi muito carisma, energia respeito por todos os presentes.

Reviolance

Reviolance

Esse foi meu primeiro contato com a banda, e este pode ser classificado como extremamente positivo. Formada por Rafael Moreira (vocal), Guilherme Spilack (guitar), Bernardo Powanga (baixo) e Edson Graseffi (bateria), o que se viu foram composições próprias e covers, sendo executados com uma agressividade e energia incríveis! Os covers ficaram por conta de Pantera (Five Minutes Alone) e Slayer (Reining Blood), o que já delimita bem em que campo a banda atua. O destaque nítido fica por conta do vocalista Rafael, mais um que domina todos os espaços do palco, canta como um demônio e sabe se comunicar com o público entre as músicas, inclusive fazendo brincadeiras com o mesmo. As composições próprias são carregadas de peso e agressividade, na medida exata para não fazer feio diante de qualquer banda gringa. A banda foi a única a levar um background para o show, o que demonstra também seu cuidado e respeito para com todos os aspectos de sua apresentação.

Woslom

Woslom

Preciso confessar uma coisa: é um inferno trabalhar nos shows do Woslom! Simplesmente pelo fato de que fotografar esses caras é praticamente impossível, já que eles, ao subir num palco, se transformam em verdadeiros furacões! Outra representante do W.O.A. Metal Battle paulista, já naquela ocasião a impressão deixada foi a melhor. E o que eles fizeram nessa noite em nada afetou aquela imagem. Silvano Aguilera (guitar vocal), Francisco Stanich (baixo), Fernando Oster (bateria) e principalmente Rafel Iak (guitar) transbordam energia, garra e sinceridade no que fazem. Assistir um show do Woslom e não se deixar contagiar com essa energia, só estando anestesiado! Com um setlist curto (ou era eu que queria mais?), porém devastador, o Woslom apresentou seu trabalho autoral de forma definitiva. Um dos pontos altos da apresentação foi o solo de Iak, mostrando que além de um tsunami, ele ainda é um músico virtuoso. E, toda essa agressividade ainda teve seu presente visual ao final do show: Rafael tocou a última música com apenas cinco cordas, enquanto a sexta “agitava” junto com a platéia, arrebentada e pendurada.

O que fica de mais nítido dessa noite é a verdade em tudo o que foi apresentado. Pois apenas sendo muito sincero com seu próprio trabalho para se conseguir demonstrar tanta garra e determinação diante de uma platéia que talvez não chegasse a uma dezena de expectadores! Esses garotos(as), músicos extremamente competentes, mereciam estar se apresentando em palcos de todo o mundo, para platéias gigantes. Pois qualidade, vontade e força para isso todos demonstraram ter. Enquanto isso não acontece, Rodrigo Balan e sua  Metal Media vão abrindo espaços que todos nós sabemos são muito difíceis de serem conseguidos. Que ESTE exemplo seja seguido! Tanto da produção como das bandas. Que se fale menos e se apóie verdadeiramente mais. Há muita coisa de qualidade por aí, apenas esperando sua chance de ser visto. Parabéns a todos os envolvidos nessa noite!

Setlist HellArise:

More Mindless Violance
Deadfall
More Than Alive
Ivory Stones
Drowning
Violent Revolution
My Outrage
I Don´t Believe
Liar
Human Disgrace

Setlist Reviolance:

Warning Hell
Violent Phoenix
King of the Night
Five Minutes Alone
Virtual Hero
Trail of Tears
Hollow Soul
Impunity
Raining Blood
Modern Beast

Setlist Woslom:

Intro
Time to Rise
Beyond Inferno
Checkmate
Deep Null
Rafael Iak solo
Downfall
Mortal Effect

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Escrito por

Redação

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