No dia 12 de outubro o Deep Purple esteve novamente em Curitiba, na última das seis datas brasileiras. Muita gente estava indo no show deles pela primeira vez, era fácil perceber que o público era composto por pessoas de várias idades. Havia pais com seus filhos adolescentes e até com crianças, um verdadeiro programa em família. Se isso é positivo ou não, aí já é outra história… Antes e depois do show foi possível visitar o stand com o merchandise oficial da banda, composto por camiseta, baqueta e também pele de bateria autografada pelos 5 integrantes, vendida por “apenas” R$ 70,00! Não colocaram CD ou DVD, devem ter pensado que ninguém compraria… Sinal dos tempos modernos!
O show foi no Teatro Positivo, um local excelente, embora pouco provável para um show de Rock. Mas claro que ninguém ficaria sentado durante a apresentação… No final das contas, acho que os próximos shows desse porte deveriam ser nesse teatro, pois toda estrutura é simplesmente perfeita, além do som e iluminação nota mil!
Após um pequeno atraso de quase meia hora, a banda começa o show com Highway Star, deixando a galera empolgada desde a introdução. O setlist foi exatamente o mesmo nos demais shows da tour, (exceto por Woman from Tokyo, que foi tocada em Belém, no lugar de Mary long) mas até que chegou a incluir músicas diferentes, além dos clássicos obrigatórios. Particularmente, gostei de ouvir músicas como Hard lovin’ man, Rapture of the deep e The well-dressed guitar, saindo um pouco do repertório básico que se encontra em qualquer DVD da banda. No geral, percebi que músicas menos manjadas, como Mary long e No one came tiveram um recepção menos calorosa por parte dos fãs mais jovens, o que é até compreensível, considerando que muitos ali presentes não conhecem muito bem a discografia da banda, infelizmente.
Um dos momentos marcantes foi o solo de Steve Morse, uma aula de técnica e feeling. Logo após começou a melancólica When a Blind Man Cries, uma música que pode levar às lagrimas qualquer fã que entre no clima da música. O solo de Don Airey também foi fantástico, misturando timbres de piano com uma baita barulheira, imitando o som do bom e velho Hammond. Seu solo incluiu um trecho de Mr. Crowley e também Tico-tico no fubá e Aquarela do Brasil, algo bastante inusitado! Jon Lord ainda deixa saudades, lógico, mas Don Airey sempre se mostrou um substituto perfeito, tanto em estúdio quanto ao vivo.
Os fãs, que permaneceram em pé nos seus lugares durante todo o show, foram para a frente do palco no bis. Impossível não comentar sobre uma fã que subiu no palco e ganhou um selinho do Gillan, simplesmente hilário! Ela aparentava uns 20 anos, então é como se ela tivesse beijado seu avô rockstar, hahaha! Um segurança se aproximou, mas o vocalista fez um gesto com o braço afastando o cara e continuou abraçado com a fã por alguns instantes. Vários fãs conseguiram subir no palco no final de Black Night, a última música, deixando os seguranças apavorados, um fã chegou a ser agarrado pelo pescoço, mas nada demais. Na verdade a culpa foi do próprio fã, por ter subido e por insistir em ficar no palco.
Ouvi comentários negativos de alguns fãs (ou pseudo-fãs), do tipo “o show foi muito previsível, igual aos outros” ou “a banda estava muito parada”… Mas o que essas pessoas queriam? Que os sessentões agitassem feito loucos na frente do palco? Vá a um show do Slipknot então, p****!!! Se alguém não sabe analisar uma banda pela sua longevidade, relevância e pelo seu contexto, melhor nem sair de casa!
Setlist:
Highway Star
Hard Lovin’ Man
Maybe I’m a Leo
Strange Kind of Woman
Rapture of the Deep
Mary Long
Contact Lost (Steve Morse Solo)
When a Blind Man Cries
The Well Dressed Guitar
Knocking at Your Back Door
Lazy
No One Came
Keyboard Solo
Perfect Strangers
Space Truckin’
Smoke on the Water
Bis
Hush
Black Night