Behemoth – Carioca Club – São Paulo/SP

Apresentando-se pela terceira vez em solo brasileiro, o Behemoth destilou toda a sua fúria em um dos shows mais esperados do ano, no Carioca Club, no último domingo, 21 de outubro.

Tendo a frente seu polêmico líder Nergal, não seria grande exagero dizer que o cara é um renascido do inferno. Passar pela barra que ele passou, no combate a leucemia, e depois ainda continuar na ativa mais forte do que nunca, este monstro e ícone do black metal mostra a cada apresentação que não vai ser fácil derrubá-lo.

O Behemoth tem um grupo de fãs que surpreendentemente vem crescendo a cada vinda ao País. Lembro-me que quando prestigiei a primeira turnê da banda, em 2004, o público não passava da metade do que foi visto no domingo e isso prova o quanto a mudança de sonoridade ajudou a ampliou sua audiência.

Após uma pequena introdução, entraram em cena Seth (guitarra), Orion (baixo) e o baterista Inferno e, por fim, Nergal (guitarra/vocal). Se o publico já estava eufórico e gritando o nome da banda em uníssono antes mesmo das luzes da casa se apagarem, após a entrada de Nergal o que era grito virou um coro, com Ov Fire and the Void, do mais recente trabalho da banda, Evangelion, seguido de Demigod e Moonspell Rites, clássico do EP And The Forests Dream Eternally, de 1994.

Em apenas com esse começo de show matador, o Behemoth conseguiu mostrar que não é uma banda de black metal tradicional. Seus músicos agitam muito em cima do palco e Nergal interarge constantemente com os ansiosos fãs. Após Conquer All e Christians to the Lions, o mosh pit tomou conta de uma pequena parte da pista. Alas, Lord Is Upon Me, também do mais recente trabalho e Decade of Therion, do álbum Satanica, de 1999, fecharam o setlist. Para o bis, a banda guardou uma sequência matadora com At The Left Hand ov God, Slaves Shall Serve, Chant for Eschaton, estas com uma incrível performance de Nergal e suas coroas e, para fechar essa grande noite, magnífica Lucifer.

Nergal é um frontman dotado de um carisma muito que especial com o público, acompanhado de Inferno, Orion e Seth, ótimos músicos que também não param um segundo. No domingo, aqueles que foram ao Carioca Club puderam ver que, muito além da música, o Behemoth está alcançando patamares cada vez mais altos e um público cada vez mais seleto.

Este único show no Brasil foi envolvido por uma atmosfera muito especial com o exemplo de superação de Nergal. Foi uma apresentação que eu, particularmente, assisti com prazer e não tenho medo de afirmar que se não for o melhor, vai entrar para a lista dos melhores shows do ano.

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