Não é de hoje que o Brasil é visto como um celeiro de ótimas bandas de heavy metal independente do subgênero. Exemplos como Angra, Sepultura, Korzus e Torture Squad da antiga geração, Claustrofobia, Red Front, Andralls, Cobalto, Malefactor e Confietor seguem este legado. Marcando sua presença no underground, destaca-se Minus Blindness, originada na Bahia, um dos Estados que vem destacando ótimas bandas nos últimos tempos.
Minus Blindness, que esta na ativa há quatro anos e arrancou elogios com seu primeiro trabalho de estúdio, “Chorleric the Aversion”, de 2008, lançou seu sucessor, “Vile Veil” (2010). O line-up é composto pelo estreante Armando Eigo (baixo), Thiago Andrade (bateria) e Tássio Bacelar (vocal e guitarra) e a produção ficou por conta de Jera Cravo (Automa, Cobalto, Malefactor), que já havia trabalhado com a banda em seu primeiro álbum.
Como acontece com todas as bandas, a cada novo registro existe uma evolução, mas não pensem que evolução é mudança no estilo, muito pelo contrário. Minus Blindness progrediu musicalmente nas suas composições e arranjos, a velha pegada thrash, com pitadas de hardcore e death metal estão bem presentes.
Vile Veil chama atenção logo na primeira musica. “Do the Math” tem uma introdução narrativa que vai cadenciando ao peso até entrar o vocal gutural de Tássio, que manda muito bem e abre o play nos instigando para ouvir o que vem pela frente.
Então, “Between Capricorn and Sagitarius” e “Fluidity” mostram uma banda que adora o peso de uma boa cozinha com o baterista Thiago e o baixista Armando mostrando todo seu entrosamento.
Após essas duas pancadarias, vem uma amostra do potencial dos vocais e riffs, em “Lifetime Hiatus” e “Shitstorm”. O que vem a seguir são vocais, baixo e bateria de peso, mas não como o que estamos acostumados a ouvir em bandas de banda thrash metal, em “Taunt the Vile” percebemos um teclado muito bem executado por Tássio.
Sérgio, do Automa, que assina a arte do encarte, não ficou só com essa função e colocou a segunda voz em “Veils”, e o excelente guitarrista baiano Ricardo Primata marca presença em “Rising of a Red Sun”, a faixa instrumental do play.
Minus Blindness esta aí, mais um power trio deve ser visto, ou melhor, ouvido, pois eles vão soar alto e bem alto no cd player de muitos headbangers que curtem sentir um torcicolo.
Vile Viel – Torto Fonogramas – 2010
Nota: 9
Tracklist:
01. Do the Math
02. Between Capricorn and Sagitarius
03. Fluidity
04. Lifetime Hiatus
05. Shitstorm
06. Taunt the Vile
07. Putrid Times Ahead
08. Veils
09. Theason
10. Insertions (Part 1)
11. Rising of a Red Sun
12. Immaculate
13. Forever is Farewell
14. Southern Engine
** O texto representa a opinião do autor e não a opinião do Portal do Inferno Webzine ou de seus editores.