Já foi discutido inúmeras vezes o quanto o metal brasileiro é importante no mundo. E já foi mais discutido ainda a importância do Sepultura em todo esse processo. Álbuns como “Beneath The Remains”, “Arise”, “Chaos A.D” e “Roots” foram os primeiros a mostrar o poder de fogo do Brasil no circuito mundial. A trupe de Max, Igor, Paulo e Andreas foi de certa forma unanimidade durante um bom tempo. Porém essa “alma” intocada foi violada (segundo muitos) quando Max deixou a banda em 1996 devido a conflitos envolvendo a empresária (e também sua esposa) Glória Cavalera.
O processo todo foi traumático e sem dúvidas deixou cicatrizes profundas em ambas as partes. Nesse meio tempo o Sepultura tentou se reerguer com um novo vocalista (Derrick Green) e o senhor Max Cavalera decidiu tocar sua vida com um novo projeto, no caso o Soulfly, banda que era basicamente uma continuidade natural do trabalho realizado em “Roots”, de 96. Mas, por mais que cada um tentasse seguir a carreira adiante, as coisas não funciovam tão bem quanto deveriam. O Soulfly, com sua veia moderna não agradava muita gente, ao passo que o Sepultura, que deixará a complexidade de outrora de lado, também sofria com a desaprovação dos fãs.
Nesse cenário Igor Cavalera também decidiu deixar a banda em 2006 o que de certa forma acabou com as esperanças de muita gente, no que diz respeito a ver novamente a formação clássica reunida. Porém parte desse “sonho” de muitos foi realizado quando foi anunciado a alguns anos atrás a reunião dos Cavalera em um novo projeto. Era para muitos a oportunidade de ver de novo álbuns como “Arise” serem lançados. A banda batizada de Cavalera Conspiracy trouxe a luz do dia o primeiro álbum, intitulado “Inflikted” em março de 2008. O trabalho vendeu bem, teve bons reviews, porém deixou pra muitos aquela sensação de desapontamento. Sensação essa que tende a não mudar com o novo álbum.
“Blunt Force Trauma”, não é um álbum ruim. Seria injustiça dizer algo do nível. Assim como seria injustiça (e hipocrisia) dizer que o álbum empolga. Na verdade o trabalho tinha tudo para ser ótimo. Vocais raivosos, ótimos riffs e solos, bateria correta e boa produção. Porém a impressão que se tem é que isso não é o bastante. Esses “prós” acabaram em muitos momentos ficando mal dispostos de forma que a maioria das músicas sofre com a previsibilidade. Foi dito por Max que o álbum seria muito rápido, semelhante a clássicos como “Reign In Blood”. De fato o álbum tem músicas muito rápidas como “Psychosomatic” (que é uma faixa bônus, diga-se de passagem), porém boa parte sofre com os terriveis “Breakdowns” que simplesmente jogam por terra aquela violência do início das faixas. Os solos de Marc Rizzo, apesar de serem bem feitos, também acabam não funcionando da forma necessária. Destacaria talvez as faixas “Torture”, “Thrasher” e “Genghis Khan” que acabam mostrando uma veia mais agressiva por assim dizer.
Enfim, é um bom álbum, mas muito aquém das obras clássicas do Sepultura e até mesmo dos dois últimos da mesma. Isso sem contar álbuns como “Dark Ages” e “Conquer” que superam facilmente esse trabalho. É esperar o próximo e ver o que acontece. Kill The Time!
Nota: 7
Tracklist:
01. Warlord
02. Torture
03. Lynch Mob
04. Killing Inside
05. Thrasher
05. I Speak Hate
06. Target
07. Genghis Khan
08. Burn Waco
09. Rasputin
10. Blunt Force Trauma
Bonus tracks
Psychosomatic
Jihad Joe
Electric Funeral (Black Sabbath Cover)
Six Pack (Black Flag Cover)
** O texto representa a opinião do autor e não a opinião do Portal do Inferno Webzine ou de seus editores.