A cantora INGRIDI VERARDO lançou recentemente seu segundo single, intitulado “Read Between The Lines”, que conta com a participação especial da vocalista Daniela Serafim (AUTOPSE, MONSTER SIDE PROJECT). A faixa fará parte do álbum “Imperfection”, que está sendo gravado com produção, mixagem e masterização de Roger Fingle (BLOOD TEARS, SEDUCED BY SUICIDE).
O disco abordará temas pessoais da vida da cantora, com uma sonoridade inspirada em suas influências que passam pelo metal sinfônico, trilhas de anime, ópera e musicais. Para detalhar um pouco mais dessas e outras influências, Ingridi Verardo comentou um pouco da sua história na música, desde sua infância até chegar aos dias de hoje, sendo a primeira mulher de sua cidade, Veranópolis, a gravar um álbum nesse nível, além de citar dez álbuns que marcaram sua vida, confira:
“Eu nasci em uma família de músicos. Minha mãe tocava baixo e cantava no coral, meu dindo tocava teclado e produzia os pedais de distorção da banda dele e meu avô, bom, meu avô fazia de tudo, mas a música era a vida dele. Eu nasci e cresci ouvindo as músicas deles, mas nunca acreditei que eu fosse feita para a música, por isso desde pequena já estava no teatro e dança do ventre. Por outro lado o teatro musical me deixava boquiaberta, um dos meus musicais favoritos é WICKED, me identificava e ainda me identifico com ela. Apesar de ter esse lado, minha veia musica vem do rock, vem do metal, e eu não fiquei longe disso. Meu primeiro contato no lado masculino foi Black Sabbath, mas no lado feminino foram Lacuna Coil e Nightwish, foi ali naquele momento que percebi que eu queria ter aquele som. Queria cantar ópera, mas ter o peso instrumental por trás da minha voz. Segundo minha mãe, eu já amava ópera com 5 anos, quando assisti pela primeira vez o desenho da Baleia Cantora (risos). Minha trajetória como cantora é bem nova se comparada com o teatro e a dança, mas após o meu primeiro show cover de RBD eu parei com tudo por causa de críticas de uma professora. Quando decidi retornar foi algo bem espontâneo, um grupo de meninos queriam tocar “Bring Me to Life” do Evanescence e convidaram uma menina que negou o convite, mas me indicou e eu sem pensar duas vezes disse sim! Mas foi o jeito de voltar para ficar na música e então produzir um álbum todo.”
Black Sabbath – “Black Sabbath”
“Gosto de dizer que Black Sabbath foi uma das minhas primeiras influências musicais ainda quando estava na barriga da minha mãe. Enquanto minha mãe estava grávida ela ouvia, cantava e tocava as músicas desse disco, acredito que a minha paixão por metal tenha iniciado nesse momento. O primeiro álbum de estúdio deles é muito importante para mim, pela conexão que foi criada através dele entre minha mãe e eu.”
Amy Winehouse – “Back to Black”
“Um álbum que ressoa dentro de mim é “Back to Black”, a emoção na voz de Amy com aquele forte e intenso obscuro tom de voz e letras sinceras. Deixaram ela marcada em mim, como é necessário ser verdadeiro sempre. Não importa quantos demônios existam dentro e fora da gente, é melhor soltá-los do que deixá-los lutando dentro de ti.”
Evanescence – “Anywhere But Home”
“Evanescence foi a primeira banda feminina de rock que ouví e pensei: “hm, quero ser igual a ela”. Amy foi uma inspiração gigantesca na minha vida, ela sempre cantou com a alma e junto com isso, ela atuava no palco. Algo que também sempre mexeu comigo foram as letras, com nove anos de idade eu me espantava (e ainda me espanto) com o jeito que ela tem para escrever letras. Letras mexem com a gente e de alguma forma se conectam conosco. Evanescence colocou o desejo de ser uma cantora em mim e de ter uma banda que fosse “liderada” por mim. A escolha do álbum ao vivo “Anywhere But Home” é por que mesmo não estando na platéia desse show, eu sinto como se estivesse, sinto toda energia mesmo que eu esteja só ouvindo as músicas no fone de ouvido ou no carro.”
RBD – “Rebelde”
“Aos 12 anos de idade, uma época um pouco tenebrosa para mim, uma época que estava tentando me encaixar em algum grupo na escola. Eu era esquisita (e ainda acho que sou) comparada as outras meninas da escola. Não era rica e também não era muito bonita para os padrões daquela época. Por conta disso, comecei a ouvir coisas que não gostava muito, pois me faziam ter a sensação de pertencer aquele grupo. No meio disso a novela Rebelde começou a passar no Brasil e pela primeira vez me senti empolgada com algo que as minhas amigas também estavam. Para quem acompanhou o lançamento do meu primeiro cover de RBD – “Otro Dia que Va”, comentei que o motivo de ter realizado esse cover é porque o grupo mexicano abriu uma porta dentro de mim que eu não sabia que existia. O RBD me mostrou que eu podia cantar, então o primeiro álbum de estúdio deles é extremamente importante para mim.”
Megadeth – “Rust in Peace”
“Após essa onda mais querendo me encaixar, voltei a ouvir metal e “Rust in Peace” era e ainda é um dos meus discos favoritos do Megadeth. Ele servia para “trilha sonora” nos dias em que eu estava brava com algo que havia acontecido na escola e também servia para os dias que ficava trancada dentro do meu quarto jogando alguma coisa. A primeira vez que vi eles ao vivo foi em 2013, eu estava muito feliz pois iria assistir duas das minhas bandas favoritas no mesmo show. Foi a tour Sabbath+Megadeth. O nosso ônibus se atrasou e quebrou e quando chegamos lá, só ouvi 4 músicas e o show acabou, pensa na minha tristeza! Por sorte em 2016 assistí eles de perto no Sweden Rock Festival em Solversbörg na Suécia, e foi magnífico! Lindo e de perder a voz!”
Epica – “The Divine Conspiracy”
“Bom, Epica é minha banda referência. Conheci aos meus 9 anos também, mas no inicio ao ouvir “The Phantom Agony”, o som não me parecia certo, após dar umas 5 chances ao álbum, minha mente se abriu e eu vi a beleza do álbum e da banda. O motivo de ter escolhido TDC, e é necessário estressar isso, não foi fácil escolher 1 só álbum do Epica, é que é um álbum que dialoga entre a disputa sobre ciência e religião e sobre os sentimentos que os humanos têm em relação ao outro. É um álbum construído não somente para vender e render tour’s, mas sim para mostrar como somos inocentes ao fazermos certas escolhas por um lado e no outro lado, como as religiões tomam o controle de muitas situações. Minhas músicas favoritas nesse álbum são “Chasing the Dragon” e “The Obsessive Devotion”. Para finalizar é incrível pensar que no início eu não gostava deles e que hoje em dia eu me espelho neles para construir as minhas músicas e que hoje em dia sou uma grande amiga do Mark. Como a vida dá voltas.”
Lindsey Stirling – “Artemis”
“A Lindsey tem um som diferente do restante das bandas que eu citei aqui, eu acho, as músicas delas são crossover com violino e eletrônica, dance e essas coisas. A maioria é somente instrumental, algumas músicas tem letras, mas não é daquele tipo de música que a gente acha chata e não consegue mais ouvir. Claro, ela é mais dançante, mas adoro ouvir!”
Rammstein – “Mutter”
“A banda Rammstein foi mais um achado na minha vida, ao produzirem músicas que misturavam histórias macabras em diversos idiomas, mas predominantemente em alemão me encantaram. O som único deles dificulta na hora de escolher somente um álbum ou somente uma música. Mutter é um dos meus favoritos por me transportar a um tipo diferente de lugar, eu não sei explicar, só sei que o interesse em aprender alemão, vem de poder entender as letras em seu mais puro significado e também poder cantar elas, algum dia.”
Nightwish – “Oceanborn”
“Após entrar na onda Female Fronted com Evanescence, After Forever e Epica, obviamente eu conheci o som do Nightwish. Ao ouvir a Tarja pela primeira vez em “Stargazers” foi mágico! A técnica magnífica vocal dela sempre vai me surpreender. Esse álbum é bem mais extensa se comparada ao álbum anterior, com influência do power e do folk metal em suas músicas juntando com a fantasia, o sentimento, religião e aquele caráter teatral, tornaram esse álbum um grande diferencial na minha cabeça jovem. Abrindo caminhos para conhecer novas bandas que usassem esse tipo de estética, Oceanborn é obscuro e acredito ser esse o motivo de eu gostar tanto dele.”
After Forever – “Decipher”
“Floor Jansen é um monstro como cantora, eu amo, simplesmente AMO a versatilidade dela no canto. Ela passa por registros de peito, guturais e cabeça como se fosse algo muito simples e sem nenhum esforço. A força vocal dela nos beltings é maravilhosa e lembro de ouvir Decipher e pensar: “essa mulher é a melhor cantora do mundo”, e fazendo um adendo aqui, isso aparece no Nightwish como ela veio e agregou as músicas antigas e as novas. A presença de palco dela é imponente e para mim a gente sente isso sem precisar ver um vídeo ou ela ao vivo. Floor é uma das mulheres que ajudou a me moldar como cantora e o som que eu me identificaria mais para ouvir e produzir. Decipher conta com temas, contrastantes, assim como o Epica, são músicas que te tiram daquela bolha e te fazem pensar e refletir sobre temas que tu nunca tinha parado para pensar.”
Enquanto o álbum da Ingridi Verardo não é lançado confira o single “Read Between The Lines” em https://www.youtube.com/watch?v=iIBKmqTR6kg