Edu Falaschi, vocalista do Almah, publicou em sua página do Facebook uma declaração sobre o Metal Open Air:

Que fiquei claro!
Meus amigos, alguns infelizmente não entenderam o que eu quero dizer em relação a apoiar um festival que cometeu diversos erros e de desrespeito em vários níveis, inclusive para conosco que tocamos sem ter contrato e cachê pago, junto das outras bandas que estiveram lá tocando.
Eu fui 2 vezes para são luís do maranhão para ajudar a divulgar o festival, não cobrei nada e pelo contrário, banquei coisas do meu bolso para ajuda-los.
Eu pensei muito nesse período de tempo em relação a cena atual!
Ficar caçando bruxas não vai adiantar nada realmente e temos que nos apoiar para fazer do metal no brasil sempre vivo e cada vez maior e mais profissionalizado.
O moa foi constituído de 2 frentes de organização, uma internacional e outra nacional. Uma delas de fato, subestimou o trabalho e houve o maior erro de todos, falta de planejamento.
Todos sabem que foi dado um passo maior que a perna. Eu fiquei muito triste por muitas bandas de amigos meus terem cancelado. Mas eu que estava atras dos bastidores e vi o quanto 95% das pessoas do moa tentaram fazer acontecer da melhor forma possível. Algumas poucas estavam trabalhando contra e tentaram sacanear, mas não conseguiram. Esses não representam a maioria trabalhadora.
Apesar dos diversos erros de administração, o festival aconteceu, os palcos eram bons, som bom, luz boa, camarins ok, etc.
Porém tmb tiveram muitos erros para com o publico, na parte de camping, saneamento básico, etc.
Vejam bem, foi a primeira vez que um festival desse tipo, só de metal, acontece no brasil e no nordeste. Isso foi maravilhoso!
Então criticar e apontar os erros é muito importante para que isso não aconteça novamente. Mas todos os organizadores do moa são metaleiros como nós fãs e bandas.
Não foi um produtor de axé que fez.
Portanto acharia legal dar um ponto para o único festival grande e puramente de metal que temos atualmente, eu gostaria muito que o festival acontecesse anualmente cada vez melhor e mais organizado. O próprio wacken começou pequenininho, o rock in rio mesmo com todo o seu poder teve infinitos problemas, desde a primeira até a ultima edição.
Portanto acredito que já é um começo! Foi desastrado? Sim! Mas pelo menos alguém tentou fazer.
Esse é o ponto, temos que aprender que fazer só por amor ao metal pode dar muito errado, tem que realmente pensar tudo como um negócio e muito serio, principalmente quando se envolve milhares de pessoas que estavam lá para prestigiar.
Também aconteceram diversos boicotes e diversas intervenções para que o festival não acontecesse! Coisas políticas e de interesse puramente comercial.
Nós metaleiros temos que entender de uma vez por todas que existe um medo no brasil de guitarras distorcidas e que sempre tentarão nos boicotar, por que o rock é contestador e bate de frente com essa sociedade opressora e alienadora. Essa coisa de ser sempre “politicamente correto” está minando nossa geração. Desde quanto “politica” é referência de coisa boa?
Temos sim que ser educado, cortês, e acima de tudo “humano”.
Todos nós erramos, eu também errei muitas vezes.
Mas eu sempre vou procurar fazer com que a nossa cena fique forte e que seja respeitada. Se não conseguir isso hoje, que fique um legado para nossos filhos, a próxima geração.
Mas não vou ficar em casa quieto e vendo de camarote a várias derrotas recorrentes do metal no Brasil.

Se quiserem pegar alguém para cristo, tudo bem, podem pegar, estou ai há mais de 20 anos passando por milhares de fases, desde 10 anos tocando em barzinhos, até chegar onde nós músicos desejamos, viver de música com dignidade.
Enfim, desejo o melhor para todos nós que amamos a mesma coisa chamada, heavy metal.

Escrito por

Redação

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