Como viúva de Johnny Ramone, guitarrista dos Ramones, Linda Ramone acha que há apenas uma grande peça faltando no legado da seminal banda punk. “Eu tenho ofertas nesse momento para fazer um filme dos Ramones, porque ainda não foi feito um”, ela disse à Rolling Stone EUA em um evento beneficente organizado pelo estilista John Varvatos. “Essa é realmente a única coisa que falta.”
Linda ainda não tem certeza sobre a base do filme – se será uma cinebiografia da banda, celebrando o sucesso no meio dos anos 70, ou algo contado sob a perspectiva de Johnny, com base na autobiografia dele (Commando – A Autobiografia de Johnny Ramone, lançada em 2012). Os rumos do filme irão depender do que acordarem os responsáveis pela música da banda, que detêm os direitos. “Se pudermos nos juntar com o outro lado, tenho um parceiro, então veremos”, ela disse.
Independentemente de haver uma unanimidade entre os lados, no entanto, Linda conta que haverá uma cinebiografia dos Ramones. “Seria bom fazer um filme dos Ramones. Eu farei um não importa o que aconteça”, afirmou. “Talvez seja baseado apenas em Commando. Estou trabalhando nisso agora. Estamos negociando, o que é sempre divertido.”
Isso leva a uma questão óbvia: quem ela gostaria de ver interpretando o marido no filme? “Claro que todo mundo gostaria que Johnny Depp o interpretasse, porque ele é cool e bonito”, disse, contando ainda que os dois Johnnys eram amigos. “Ele é super legal comigo e ele sempre falava com o Johnny quando aparecíamos no Viper Room [clube noturno que pertenceu a Depp]. A banda dele abriu para o Ramones anos e anos atrás.”
Mas o ator pode não ter a idade certa para o papel, e ela está procurando alguém mais jovem. “Tem de ser alguém jovem – eles teriam de estar na casa dos 20 anos, e todos os Ramones na casa dos 20 anos pareciam ter 20 e poucos anos, então não sei… o cabelo é importante. Não poderia ser alguém com cabelo enrolado. Sei que isso deixa de fora um monte de gente, mas é verdade. O cabelo e a postura.”
Linda Ramone leva a sério o papel de manter acesa a chama da banda e do marido, morto em 2004, de câncer de próstata. “O legado de Johnny e dos Ramones são as duas coisas mais importantes para mim. Johnny me deixou o legado dele e metade do legado dos Ramones, e isso é uma coisa incrível para mim.”
“Eles estão maiores do que nunca, e eu acho que é porque o punk nunca decolou de verdade, nunca chegou ao mainstream. Chegou ao mainstream depois com gente como Green Day e Rancid, na segunda vez. Acho que os jovens ainda olham para trás e redescobrem quem era de verdade – Ramones, Sex Pistols, The Clash, The Damned, The Jam, X-Ray Specs”, continuou. “Um cena inteira aconteceu no CBGB e em Londres, então acredito que agora os jovens estão interessados em aprender sobre o punk, porque nunca ficou realmente grande. O Johnny queria estar na maior banda do mundo? Sim, claro, ele queria. Johnny é um dos guitarristas mais influentes de todos os tempos. Alguém pensava isso naquela época? Não. Mas é um grande legado para se ter.”