O Sepultura é com toda a certeza o nome de maior importância no cenário pesado Nacional e Mundial e isso é inegável. Mas antes de começar a falar do Quadra, eu tenho que pedir pra vocês virem comigo, em um pequeno bate papo, pode ser?

Eu curto muito Sepultura, muito mesmo, infelizmente não vi a banda com os Irmãos Cavalera ainda na formação da banda e lembro até hoje de ouvir, na Rádio Cidade, aquela que ainda é a Rádio Rock Carioca, no programa Cidade do Rock, a saída de Max Cavalera da banda, logo depois do lançamento do maravilhoso Roots.

Nisso a banda seguiu com o vocalista Derrick Green e com Iggor Cavalera na bateria, que se manteve na banda por 10 anos, mas depois saiu fora e daí entrou competentíssimo Jean Dollabella(que hoje é do Ego Kill Talent) e hoje em dia o monstrinho Eloy Casagrande toma conta das peles.

Mas porque você está conversando com a gente assim Tio Hunterzinho? Então, tá na hora de saber o porquê e isso é mole, eu ERA uma “Viúva dos Cavalera”, nada que a banda lançava me agradava e tal, o Machine Messiah(2016), já me desceu melhor, sendo que amigos, o Sepultura lançou o Quadra e aí… WOW!!

Não tem como falar outra coisa cara, além de que é um disco PERFEITO, com a idéia de separar as músicas em 4 grupos com 3 faixas, Quadra vai ser perfeitamente “degustado” em vinil(como eu quero comprar pra mim), pois em cada lado você irá ouvir um Sepultura diferente e novo, o conceito de Quadra é maravilhoso também, que pode ser remetido a regras de limitações de países, mano, idéia sensacional a deles. Sem mais delongas, vamos para as Quadras…

Na primeira “Quadra” temos Isolation, Means To An End e Last Time e irmão, nessa quadra filho chora e a mãe não vê, porrada fiel, reta, peso inacreditável, um groove viciante em Means To An End, perfeito. Isolation é aquela porrada fiel amigo, linda também, essa quadra é ótima.

Entrando na segunda “Quadra”, temos Capital Enslavement, Ali e Raging Void. É nessa quadra que eu elegi a melhor música do disco, que vem a ser Capital Enslavement, que música, moderna, grooveada e muito boa, o refrão é aquele Thrash Metal “caos” que a gente ama. Ali e Raging Void já mostram um Sepultura buscando outros caminhos e amigos, esses caminhos estão inacreditáveis, a qualidade das guitarras do Andreass Kisser e o trabalho de bateria do Eloy Casagrande(esse que é um dos grandes destaques do disco) está bizarramente perfeito, Derrick Green já começa a “sair da jaula”, o monstro vem com tudo em seu vocal e aparece alguma coisa mais limpa, mas carregada de drive, bela quadra.

Então bora pra terceira “Quadra”, essa que é composta por Guardians Of Earth, The Pentagram e Autem e nessa quadra vemos ainda mais evolução musical da banda, em Guardians Of Earth, Andreass Kisser simplesmente brincou com cordas clássicas, fazendo uma introdução simplesmente épica de violão e depois aquela porrada moderna, bonita, bem feita. The Pentagram é um sonzaço instrumental, de composição ímpar e Autem é outro som que o monstro tá saindo da jaula, que vocal é esse Derrick, mas que coisa mais linda, tá cantando muito!

Chegamos a última “Quadra” do disco, essa é a Quadra mais impressionante, composta por Quadra, Agony Of Defeat e Fear; Pain; Chaos; Suffering, a última Quadra do disco mostra um Sepultura mais moderno ainda, com o Derrick mostrando uma voz ímpar, cantando muito, a faixa Quadra é uma pequenina e muito bela intro, mas Agony Of Defeat é transcedental(minha segunda predileta do disco), toda a banda tá dando AULA nessa faixa e saiu da jaula o monstro, Derrick Green chegou aqui com o pé no peito de todo mundo e falou: “vai, se emociona comigo cantando, isso, deixa a lágrima correr, porquê ela vai…” E correu irmão, que música e fechando o disco Fear; Pain; Chaos; Suffering que conta com os vocais da Emily Barreto, vocalista do Far From Alaska, a música encerra com perfeição o disco.

Não podemos deixar de destacar a produção do disco, a cargo de Jens Brogen, que extraiu 150% do que a banda pode dar nesse disco, nada mais do que a perfeição, eu vou falar sinceramente, o Sepultura em Quadra não deixa dúvidas nenhuma que está mais do que viva e tem muito mais força do que qualquer um de nós possa imaginar. Um ponto de destaque mais do que obrigatório é o trabalho de bateria de Eloy Casagrande, o garoto é um monstro, simplesmente um dos melhores(senão o melhor) baterista a andar pela Terra, hoje em dia.

Obrigado Andreass, Paulo, Derrick e Eloy por esse maravilhoso disco, obrigado por me fazer berrar a todos os cantos de nossa Terra Esférica mais uma vez: SEPULTURA É FODA PRA CARALHO.

Nota: 10 (sim, pra mim um novo clássico nasce.)