Carisma, essa é a palavra que pode definir a apresentação do Foo Fighters no Estádio do Morumbi já que boa parte de todo o sucesso que o grupo vem colhendo dos últimos anos deve-se a essa característica da banda e principalmente de seu líder, Dave Grohl.

Foo Fighters

Comunicativo, ele tem a plateia em suas mãos como poucos tiveram na história. É capaz de brincar com alguém que estava lá vendo o Foo Fighters pela primeira vez, de escorregar em um palco molhado e continuar o show e até dar a chance para um pedido de casamento no meio da apresentação. Mesmo que o som de seu grupo não seja nada inovador, ele é (para desespero dos “haters”) bem feito e na medida para agradar as massas e nesse caso 55mil pessoas que estiveram no local.
E se o público estava nas mãos de Grohl desde o início com a nova Something From Nothing, este também deu seu show a parte impressionando os músicos com sua participação acompanhando todas as músicas na tradição brasileira como em momento onde a maioria dos presentes acenderam seus celulares proporcionando uma bela visão e não deixando Best of You acabar cantando, até que Dave brincasse “hey, essa música já acabou faz tempo”.

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Se dependesse dos fãs, não iria acabar mesmo que a apresentação tenha durado quase 3 horas nas quais foi perdoada pela chuva, já que somente na penúltima música ela ressurgiu após castigar o Kaiser Chiefs, responsáveis pela abertura da noite. E essas três horas foram suficientes para que o Foo Fighters fizesse um repertório passando por toda a sua carreira e reverenciar aqueles que os inspiram.

Utilizando uma passarela que dividia a pista premium e terminava na pista comum, Grohl foi até lá para executar Wheels, colaborar com um pedido de casamento e ai retornar a um pedaço um pouco antes, onde um novo palco circular surgiu para começar Times Like These sozinho e no meio da canção o restante do grupo surgir ali. Na sequência, uma pequena lista de covers e a cada canção, o palco girava um pouco deixando o grupo de frente para diferentes fãs. Kiss, The Faces e o Queen foram os escolhidos da noite, mas antes durante a apresentação dos músicos, trechos de Tom Sawyer do Rush e War Pigs do Black Sabbath também foram executados.

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Lógico que mesmo com um longo set, alguma canção fica de fora para algum fã, mas não há como negar que o público saiu dali extremamente satisfeito, principalmente quando como previsto, a mais esperada canção ficou para o final. Everlong encerrou a noite. Cantada em coro, talvez ela possa ser já eleita como um dos hinos da geração que cresceu nos anos 90, e será eternamente o maior hit do grupo que ao contrário de muitos outros tem apresentado trabalhos consistentes nos últimos anos. Isso talvez responda a dúvida “como e por que o Foo Fighters se tornou esse fenômeno que é atualmente?”. A resposta esteve nesse show: carisma e fazer o que gosta com vontade. Afinal, quando um grupo se apresenta com sorriso no rosto, ri de seus erros e se entrega ao público, todos só tem a ganhar.

Setlist:

Something From Nothing
The Pretender
Learn to Fly
Breakout
Arlandria
My Hero
Congregation
Walk
Cold Day in the Sun
Tom Sawyer (Rush cover) e War Pigs (Black Sabbath cover) – apenas trechos
I’ll Stick Around
Monkey Wrench
Skin and Bones
Wheels (apenas Dave Grohl)

B-Stage
Times Like These
Detroit Rock City (KISS cover)
Stay With Me (The Faces cover)
Tie Your Mother Down (Queen cover)
Under Pressure (Queen & David Bowie cover)

Bis:

All My Life
These Days
Outside
Best of You
Everlong