Foreigner – HSBC Brasil – São Paulo/SP

Texto e fotos: Mariana Goulart

A banda de classic hard rock Foreigner se apresentou no Brasil pela segunda vez para show único em São Paulo, no dia 6 de abril, no HSBC Brasil. A banda, com seus 37 anos de carreira e sempre presente nas rádios “flashback”, mostrou que ainda é relevante nos dias de hoje, atraindo público de todas as idades.

O Foreigner, hoje, é alvo de julgamentos por ser considerada por muitos uma “banda tributo” por contar com apenas um integrante original, o guitarrista Mick Jones. E para agravar mais essa situação, desde 2011, por problemas cardíacos, o veterano tem se ausentado das turnês e fazendo shows apenas nos Estados Unidos esporadicamente. Assim, ele tem um substituto oficial para turnês, o competente Bruce Watson, que já tocou com nomes como Rod Stewart e Elton John. Juntando-se a ele, poucos minutos após as 22h, aos primeiros acordes de Double Vision, vieram seus companheiros Derek Hilland (teclados – substituto de turnê de Michael Bluestein, que também passa por problemas médicos), Chris Frazier (bateria), Jeff Pilson (baixo), Tom Gimbel (guitarra, saxofone, teclados) e Kelly Hansen (vocais).

Era visível que todos os integrantes estavam extremamente empolgados por estarem lá e durante Head Games os guitarristas batiam palmas para empolgar o público. Antes da clássica Cold As Ice, de 1977, Kelly Hansen fez um pedido para os presentes do HSBC Brasil, que estavam dispostos em mesas na pista: que levantassem das cadeiras porque “aquilo era um show de rock and roll”. Com o público prontamente atendendo seu pedido, Kelly se empolgou e chegou até a descer do palco, subindo nas mesas e cumprimentando vários espectadores, que ficaram em êxtase com a espontaneidade do vocalista.

Em seguida, foi executada uma das músicas que faz a banda ser conhecida como “reis das rádios FM na madrugada”, Waiting For A Girl Like You, de 1981, e depois That Was Yesterday, hit de 1985. Kelly Hansen mais uma vez conversa com a plateia, perguntando quantas mulheres estavam presentes no local, emendando com a poderosa Dirty White Boy.

O momento acústico foi com Say You Will, que, segundo Kelly, teve o arranjo feito por Jeff Pilson, baixista do Foreigner desde 2004, e que é conhecido por ter feito parte do Dokken. Feitas as apresentações dos integrantes, que mais uma vez pareciam extremamente animados com a recepção do público, começa um clássico do primeiro álbum da banda, Feels Like The First Time, seguida de Urgent, com destaque para a performance de Tom Gimbel, que durante todo o show se alterna na guitarra, nos teclados e, nessa música, no saxofone.

Já perto do fim da apresentação, é hora dos solos de teclado/sintetizador e de bateria, o que não diminuiu a empolgação do público, principalmente durante o solo de Chris Frazier (que já se apresentou em São Paulo como baterista do Whitesnake em 2008). Executada em versão estendida, o clássico Juke Box Hero encerrou a primeira parte do show.

Na volta para o bis, mais uma do primeiro disco, Long, Long Way From Home, que logo deu espaço para umas das mais conhecidas e esperadas músicas da banda: a romântica I Wanna Know What Love Is, a mais cantada da noite. Nesse momento, um fato curioso aconteceu: Kelly começou a chamar moças da plateia para subir no palco e cantar com ele, e ao final da música, mais de 30 mulheres participaram do coro.

Para fechar com chave de ouro, a animada Hot Blooded, que também foi muito aclamada pelos fãs, que já sabiam que, após seu fim, o show seria inesquecível. De fato, foi, com o set recheado de sucessos da carreira (o último álbum de inéditas, Can’t Slow Down, de 2009, tem estado de fora dos sets há algum tempo), e com destaque para o vocalista Kelly Hansen, que tem a difícil tarefa de substituir Lou Gramm (o amado vocalista original da banda), mas que faz um trabalho incrível e merece a posição que está. Se alguém tinha alguma dúvida, o Foreigner marcou os brasileiros e provavelmente voltará nas próximas turnês.