Uma noite de temperatura amena de domingo, coisa rara no verão carioca, foi a data escolhida para esse ótimo evento no Rio Rock & Blues Bar. Pela primeira vez, o quarteto thrasher grego Suicidal Angels tocou na Cidade Maravilhosa, na tour brasileira de divulgação do seu último CD de estúdio, Bloodbath. Como bandas de abertura, os cariocas do Sodomizer e do Prophecy fizeram as honras da casa.
Abrindo a noite, o quarteto Sodomizer, que perfila uma mistura de proto-thrash metal (ou seja, aquele Thrash da primeira metade dos anos 1980, ainda com muita influência do hardcore) e com elementos do black. Ausentes da cidade após quatro longos anos, eles desfilaram um set de músicas próprias, vindas de seus discos Tales of the Reaper, The Dead Shall Rise to Kill e Jesus Is Not Here Today. A banda se mostrou segura e com ótima postura no palco, com destaque para o guitarrista Poisonhell e o baixista Leatherface, que estavam agitando muito, especialmente na faixa Dead by Witchcraft. E o público correspondeu, acompanhando a cada música.
Em seguida, um dos representantes do “Thrash Metal Guanabara Bay Area”, o Prophecy, subiu ao palco e fez um show excelente, irrepreensível e com muita energia. Tocando músicas dos seus discos Legions of Violence e I4NI, conquistaram o público, mostrando excelente postura de palco, com todos os integrantes à vontade e agitando bastante. Destaque para as performances do baixista Amaury, uma casa de força, e o vocalista/guitarrista Rogério “Zetro” Souza. As ótimas I4NI, cantada pelo filho de Rogério, e Risen from Hell foram pontos altos da apresentação. Os músicos saíram do palco muito aplaudidos e, certamente, ganharam mais fãs.
Fechando o evento, veio o grande nome da noite: o Suicidal Angels, que estreou nessa tour brasileira a sua nova formação, com a entrada do guitarrista Chris. A banda tem uma ótima movimentação de palco, especialmente por parte de Chris (guitarras) e Angel (baixo); boa comunicação com o público de Nick (um frontman e tanto, diga-se de passagem); e apoiados por um set baseado principalmente no CD Bloodbath, embora tenha lançado mão de composições de CDs anteriores.
Os gregos mostraram uma torrente de energia, raramente vista em seu thrash metal empolgante, rápido e pesado, não restando pedra sobre pedra e deixando muitos pescoços doídos, pois as rodas de pogo foram constantes o tempo todo. Destaques para as mortais Bloodbath, Chaos e a brutal Apokathilosis.
Que fique também registrada a iniciação de um jovem no meio metálico pelo Suicidal Angels, que além de receber uma palheta da banda e um belo gole de cerveja, ainda teve direito ao primeiro stage dive. Bem-vindo, pois é um de nós agora.
O único ponto negativo da noite foi a pouca presença de público, que poderia ser maior, mas infelizmente, ainda tem muita gente que prefere ficar na internet de fofocas ou bebendo pelos bares. Mal sabem o que realmente perderam.