Por: (Arte Metal)
Um marco na carreira do ANGRA, “ØMNI” é um disco que vivencia diversos momentos. O primeiro deles é o fato de não contar com Kiko Loureiro pela primeira vez, consequentemente estreando Marcelo Barbosa na guitarra. O outro é a incursão definitiva de Fabio Lione (vocal) e Bruno Valverde (bateria), que já gravaram “Secret Garden” (2015) – mas que aqui se mostram muito mais inseridos.
O novo disco também mostra um ANGRA se reciclando, porque inovar sempre foi parte da banda, mesmo muita gente sempre sendo injusta com uma das maiores bandas do Metal brasileiro. E como muito se tem visto por aí, “ØMNI” está longe de ser um retorno às raízes, muito pelo contrário.
Trazendo um conceito filosófico complexo, onde aborda o futuro da consciência humana à transcendência como espécie, algo na linha do ‘Mito da Caverna’ de Platão, o disco é moderno, brasileiro e Heavy Metal. Talvez Rock e Progressivo em alguns momentos, mas que não titubeia.
Quer ouvir o Angra que você conhece? Ouça Light of Transcendence e War Horns, quer matar a saudade de “Holy Land” (1996), vá para Caveman e veja como o que foi feito lá é atemporal, afinal modernidade, ritmos brasileiros e um coro espetacular (com direito a parte da letra em português) soam sempre no tempo atual.
A polêmica Black Widow’s Web, que conta com SANDY e ALISSA WHITE-GLUZ (ARCH ENEMY) se contrapondo, só pode ser criticada por quem não ouviu e junto com Caveman será o bode expiatório de retrógrados conservadores. Mas, The Bottom Of My Soul, com RAFAEL BITTENCOURT no vocal, e a fascinante e com veia pop progressiva, Magic Mirror são as surpresas que só o Angra poderia oferecer. Se eu citar mais uma, como Always More (que balada e como canta FABIO LIONE) começo a ficar injusto com o tracklist.
O talento de KIKO LOUREIRO faz falta, apesar da participação em War Horns, mas o Angra ganhou em densidade nas guitarras e mostra um passo adiante no quesito modernidade em seu som. A cozinha de FELIPE ANDREOLI e BRUNO VALVERDE mostra uma seção rítmica do Angra orgânica, como não se via há tempos. Dispenso os elogios à produção de Jens Brogen (SEPULTURA, MOONSPELL, AMON AMARTH), porque é chover no molhado. E o Angra continua… agradando e incomodando.
Nota: 9,0
Tracklist:
- Light of Transcendence
- Travelers of Time
- Black Widow’s Web
- Insania
- The Bottom of My Soul
- War Horns
- Caveman
- Magic Mirror
- Always More
- ØMNI – Silence Inside
- ØMNI – Infinite Nothing
Links sobre a banda: