O Imago Mortis é uma das mais conceituadas bandas de Doom Metal do cenário Nacional, oriunda do Rio de Janeiro, a banda estava em um longuíssimo hiato, foram 12 anos sem lançar nada desde “Transcendental” e 16 anos desde “Vida – The Play Of Change”, álbum esse que, por muitos, é considerado um dos melhores já lançados no Brasil, dentro do cenário Doom Metal. Então, depois desse longo período de hibernação, a banda retorna com o maravilhoso LSD(acrônimo de Love, Sex, Death) e meu amigo, que disco que tivemos a honra de ouvir.
Posso garantir pra vocês que o retorno do Imago Mortis está simplesmente incrível, as 12 (doze) músicas que compõe o play tem a personalidade forte que os Cariocas sempre nos passaram ao longo dos anos, mesmo que as formações tenha mudado completamente de um lançamento pra outro, eles mantém a proposta do Doom Metal com a incursão de diversos estilos dentro do Heavy Metal intacta, mas com a beleza inerente do que esperamos sempre do Imago Mortis e LSD nos entrega isso.
O disco já abre com “The LSD Theorem”, uma música com seus longos 13 e prazeirosos minutos de audição, mas não pense você que ao longo da reprodução você não terá surpresas, pois terá, “Binary Viscerae” é aquele Doom Metal com uma passagem mais rápida, um clássico do Imago Mortis.
Seguindo o disco com Hiero Gamos(nome de um antigo ritual de invocação de uma Deusa Suméria, a Inanna) vem com a força que seu nome propõe, uma passagem que pode até lembrar um ritual mesmo, com instrumentos orientais e vocalizações, percurssões, um clima ritualístico mesmo, que se vê invadido pelo retorno dos instrumentos elétricos e o seu final com aquele Death Metal é luxurioso, muito bem encaixado.
Como sempre o Imago Mortis não faz nada jogado, como se estivesse ali pra completar, tudo no disco tem sua importância, pois mais uma vez temos um conceito no disco. Será que esse conceito tem alguma ligação com o personagem de “Vida”, é uma questão que ficou em minha cabeça…
Aí vem um trio de músicas que eu vou deixar como destaque desse maravilhoso disco: Incantation, aquela que tem seu peso nas guitarras incríveis de Daemon Ross e Rafael Rassan, The Promise e essa meus amigos, que balada, que letra linda, a voz da Julia Crystal e do Alex Vorhees estão ótimas, uma balada pra não deixar nenhum coração apaixonado livre e Two Headed Chimaera, outra música com a participação de uma mulher cantando, nesse caso, Mariana Figueiredo fez um trabalho maravilhoso.
Pra iniciar o fechamento dessa resenha, eu vou destacar Epitáfio de um Amor é uma música digna de uma trilha sonora de um filme, com uma letra também bela e ao mesmo tempo triste, ela antecede Love, Sex And Death, que fecha o disco. Temos outras músicas também de grandeza inenarrável, mas fica aqui os destaques desse lançamento que promete te balançar com tanta força que, depois da audição dele, você ainda se pergunte tanta coisa que vai te deixar bobo.
Mesmo depois de tanto tempo, o Imago Mortis não deixa a peteca cair e nos presenteia mais uma vez com um disco firme, coeso e uma história que me levou a pensar, será que essa seria a “Vida” do personagem morto a 16 anos atrás, será que estamos tendo um “prequel” desse que tanto sofreu de “Vida”, não sei, mas o que eu sei é, o Imago Mortis pode ficar quanto tempo for que eles nos darão algo sempre muito bom e acima da média.
NOTA: 10/10
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