Oriundos de Curitiba, sul do nosso país, o Division Hell tem como proposta tocar um Death Metal, flertando com o Thrash(como eles mesmo dizem) e estão lançando nesse ano o segundo disco, Carpe Mortem e posso falar, uma banda dessas, ainda não estar ganhando o país e o mundo com esse som é uma covardia.
O disco, que foi gravado no Funds House Studio, em Curitiba, com mixagem e masterização feita por Alysson Irala, produzido pelo próprio Alysson e o vocalista e guitarrista da banda, Hugo Tartara, tem, na parte mais técnica do disco um som muito bom, pesado, você consegue entender tudo o que a banda faz e tem aquela leve aura de “sujeira” na gravação.
A capa é bela, feita por Marcus Zerma e ela mostra a morte, nada demais, mas um desenho bem feito, gostei muito da arte toda do disco, simples e direta, como tem que ser. Agora, vamos falar do mais importante, as incríveis músicas desse disco.
O Division Hell, que conta com Hugo Tartara(vocal e guitarra), Renato Rieche(guitarra), Johnny Benson(baixo) e Rubens Potrich(bateria) já abre o disco com “The 9 Circles” e já mostram pra que vieram, um Death Metal muito bem feito, rápido, pesado, ríspido e com os flertes ao Thrash Metal em diversos momentos da música, a voz do Hugo é muito boa, um gutural fortíssimo, encaixando perfeitamente no que a banda nos propõe.
A faixa que vem logo a seguir, “Rise Against”, começa com uma porrada incrível da banda e aí vem a convocação com o nome dela, sendo berrada por Hugo, e a porrada desce amigo, sem perdão, sem pena, sem dó dos seus ouvidos.
“Toxic Faith” já vem com uma pegada mais cadenciada, mostrando que a banda é competente o bastante em fazer um som mais lerdo e também muito pesado, nada daquela cadência chata ou arrastadinha, mas sim uma cadência bem composta, assim como a faixa “Human Guilt”, que vem na mesma pegada, cadenciada, mas muito boa, duas faixas pra deixar o seu pescoço mais que moído.
A próxima faixa, “I Am Death” é uma porrada descomunal, direta, com um riff de guitarra mais aberto, eu diria que essa é música mais “ponto comum” do disco, riff aberto, blast beat, o clássico Death Metal, eu diria que essa é a música que eu sempre pularia do disco.
Depois de “Undying”, aquele intermezzo clássico de clima, até bem bonito, com uma guitarra dando uma leve viajada, dedilhado no fundo(algo que me remeteu a linda “Voice Of The Soul”, do Death), mas de forma mais curta, temos “Blood Never Dries” e aí a banda vem com o seu som, aquela grosseria que eu estava curtindo do início do disco, uma pegada monstra, Thrash/Death conversando perfeitamente.
Aí temos a instrumental “Umbral”, que é uma música linda, pesada e que mostra bem a definição das influências da banda, coisa fina. Logo depois dela finalizamos a audição com “Murder The Mankind”, a faixa que, com certeza eu mais curti do disco, com a pegada do Division Hell, ela nos trás o peso e toda a criatividade que a banda nos serve no longo das nove faixas, mas aqui temos tudo isso junto, em um mix perfeito, a dosagem perfeita do Death Metal com os seus flertes Thrash, o vocal do Hugo em sintonia com o andamento, esse som é pra fechar o disco e com certeza eu escolheria ela pra fechar os shows deles, que música e sem contar que, no final dela, temos uma poesia de Cruz e Souza, de nome POST MORTEM, que foi declamada incrivelmente por João Gilberto Tartara, essa poesia constratando com a base ímpar do Division Hell, elevou a faixa inteira, ela que já vinha muito bem, nesse momento cresce, ganhando um ar de clássico.
O Division Hell é, mais um exemplo belo de que, o Metal Nacional, pode nos presentear com bandas e discos incriveis, vamos valorizar ainda mais o nosso cenário, que tem bandas fora do comum.
NOTA: 8