Tamuya Thrash Tribe: A gente faz um Thrash/Death Metal Experimental, com muita mistura com elementos da música brasileira como samba, maracatu, ritmos africanos e indígenas. A banda tem uma proposta temática e nossas letras falam sobre nossa história, nossa cultura e nosso folclore.
A ideia é enaltecer a nossa cultura e também fazer críticas a nossa política, relatando fatos e personagens históricos sob o ponto de vista daqueles que tiveram suas vozes silenciadas pela história.
Qual é o lançamento mais atual da banda? Comente um pouco sobre este trabalho ou, se for o caso, o trabalho a ser lançado em breve.
Em novembro de 2016 lançamos o álbum “The last of the guaranis”, que traz em sua arte de capa uma imagem forte, de uma criança indígena apontando uma arma para a própria cabeça. A intenção é chamar a atenção para a questão da demarcação de terras indígenas, um problema antigo, mas que a cada governo vai perdendo cada vez mais espaço na mídia e nas pautas em brasília. Para eles as terras são mais do que o local onde eles vivem, caçam e produzem, eles tem uma ligação espiritual e religiosa com a terra, e ao serem removidos de seus territórios originais, os indices de suicídios vem constatemente aumentando, inclusive entre mulheres e crianças.
A temática das músicas variam entre questões indígenas, os seringueiros na amazônia, o cangaço no nordeste, escravidão, favelização, intolerância religiosa com as religiões de matriz africana, dentre outros.
O álbum conta, ainda, com as participações de Marcelo D2, João Cavalcanti, Zahy Guajajara (indígena da etnia Guajajara), do Coral de Crianças Gurani Mbya, além dos Ogãs Mario Mamede (Herzegovina, Ex-Mop Top) e Dudu Bierrenbach e da Mãe de Santo Gleyds Granden.
Além disso, no começo de Julho lançaremos um single da música “Senzala/Favela”, que se encontra no “TLOTG” e tem participação de Marcelo D2. A música ganhou uma nova versão, em português para que a mensagem seja melhor entendida pelo público brasileiro e será lançada nas próximas semanas em todas as plataformas de streaming e em todas as nossas redes.
A banda é uma entre as 16 atrações do primeiro Garage Sounds no Rio de Janeiro. Qual o peso de participar de um evento deste porte, que transita entre a música, gastronomia e lifestyle?
Ficamos muito felizes com o convite para integrar o cast do evento. Será um grande show, com grandes nomes do Rock e Metal brasileiro.
É um privilégio estar no mesmo palco com tantas bandas que admiramos e tantos amigos aqui da cena carioca.
Espero que esse seja o primeiro de muitos Garage Sounds aqui no Rio, porque a gente estava realmente precisando de um festival como esse para dar uma movimentada na nossa cena. Será uma ótima oportunidade para dar exposição a esse monte de artistas incríveis que temos por aqui.
Em termos de conteúdo para esta apresentação especial, qual será o foco do setlist?
Como o tempo de show é curto, estamos montando um set list pensando na mensagem que queremos passar nesse momento delicado da política do nosso país.
Queremos dar enfoque nos principais temas que abordamos em nossas músicas, e certamente vamos incluir músicas que falam de temas mais urgentes como racismo, intolerância religiosa, desigualdade social, e questões indígenas como resgate da cultura e demarcação de terras.
Quem acompanha a gente já deve ter uma ideia de como será o set list com essas dicas (risos). Estamos preparando também um material incrível para o telão, que vai nos ajudar a passar a nossa mensagem.