Sem dúvida, 2012 foi um ano em que memoráveis shows passaram pelo Brasil e pela América Latina. Com tantas opções, foi muito difícil selecionar poucos deles para representarem os melhores do ano. Confira quais foram os grandes escolhidos na opinião dos colaboradores do Portal do Inferno:
Edi Fortini
Esse foi um ano de grandes emoções para os amantes da música. Tivemos uma avalanche de shows e eventos ocorrendo simultaneamente na cidade de São Paulo e pelo menos uma vez, foi preciso escolher em qual evento se iria. Um ano ótimo, com ótimos shows e festivais, que ainda fez muitas boas promessas para 2013! A ideia inicial foi a de fazer uma lista com os três melhores shows do ano, porém essa foi uma tarefa extremamente difícil. Tivemos ótimos shows com ótimas produções e com muito esforço, cheguei em uma lista com os 5 melhores, na minha opinião:
5- Diary of Dreams (Cine Joia/SP)
Esse foi um dos primeiros shows do ano e também um dos primeiros shows do Cine Joia, que durante o ano trouxe diversos shows bacanas e já se tornou uma referência em São Paulo. Com a casa relativamente cheia e com fãs muito ansiosos, os alemães do Diary of Dreams mostraram que o darkwave está mais vivo do que nunca na história da música. Logo de início, já sabia que seria um dos melhores shows do ano. E foi.
4- Wayne Hussey (Sesc Ipiranga/SP)
Em maio, o The Mission já havia feito um belíssimo show no Cine Joia, que com toda certeza trouxe muita emoção a todos os fãs da banda que tiveram a oportunidade de estar lá. Para surpresa desses fãs, foi anunciada uma data no Sesc Ipiranga poucas semanas depois e devido ao pequeno número de ingressos, o show foi completamente esgotado em menos de duras horas! Quem conseguiu seu lugar no recinto teve uma noite mágica, inesquecível, com Wayne Hussey num set acústico por quase duas horas, revivendo momentos do The Mission e outros como Depeche Mode, David Bowie, Bjork, U2, The Cure, dentre outros. Inesquecível define!
3- Covenant (Madame Club/SP)
Os fãs de música eletrônica/gótica em geral são carentes de shows e bons eventos em São Paulo. Felizmente nesse ano pudemos contar com alguns eventos e quase todos foram ótimos! O grupo sueco Covenant fez algumas apresentações na América do Sul e, em São Paulo, o Madame Club fez uma adaptação no local para receber o show. Foi memorável! Eskil Simonsson é maravilhoso ao vivo e mesmo estando com o pé quebrado, fez toda a galera presente ter uma das melhores noites de 2012.
2- Steven Wilson (Via Marquês/SP)
É difícil falar desse show sem usar o termo PERFEIÇÃO! Steven Wilson é um gênio da música atual e tudo o que envolve seu nome tem sempre alta qualidade e excelência! O show no Via Marquês foi responsável por nos levar a uma situação além da nossa realidade e tempo, com uma produção impecável! Ao final do show, os fãs do Porcupine Tree tiveram um presente e ouviram Lazarus e Trains numa versão acústica.
1- Dead Can Dance (Teatro Vorterix, Buenos Aires/Argentina)
Não demorou muito para que os fãs da world music tivessem uma notícia muito além de especial: o retorno dos mestres Dead Can Dance. Com um novo CD, Anastasis, que seria lançado em agosto, foi anunciada também uma turnê mundial celebrando esse tão sonhado retorno. As datas foram divulgadas aos poucos, causando grande ansiedade. Algumas apresentações na América do Sul foram agendadas e a agonia dos brasileiros foi aumentando. Infelizmente, pela segunda turnê consecutiva, eles não vieram para cá e o mais perto que estiveram foi em Buenos Aires. Algumas pessoas não se conformaram e logo começou a agitação para uma viagem que contemplaria o show. Quem esteve lá viu que absolutamente tudo valeu a pena. Ver Lisa Gerrard e Brendan Perry ao vivo é uma experiência de vida e vale qualquer esforço! E, no meu caso, foi a segunda constatação desse fato.
Fernando Custódio Moreira
Este foi um show muito esperado por tudo que aconteceu com Nergal nos últimos anos. A banda não decepcionou e fez uma grande apresentação para os fãs de São Paulo
2- MindFlow (Carioca Club/SP)
Nunca vi uma banda nacional fazer um show de nível internacional com tecnologia e produção tão impecáveis. O Mindflow é uma das grandes bandas brasileiras da atualidade e tem uma legião de fãs que comparecem e apoiam em todos os momentos.
1- Queensrÿche (HSBC Brasil/SP)
Geoff Tate… não tem o que comentar, o cara é um puta vocalista. E aquela foi a última oportunidade (será?) de ver a banda em grande forma, mesmo com todas as brigas de bastidores. Vamos ver, agora, o que será do mundo com “dois Queensrÿches”.
Henrique Pimentel
3- Behemoth (Carioca Club/SP)
Além de ser uma das maiores bandas do metal extremo atual, foi uma apresentação muito boa. Sem frescura, sem enfeites, apenas uma apresentação perfeita e memorável.
2- Opeth (Carioca Club/SP)
Maravilhosa apresentação com um setlist muito bem selecionado e especial.
1- Moonspell (Inferno Club/SP)
Melhor show do ano pela simpatia e o cuidado que a banda tem com o publico. Set list especial, conversa sincera e uma apresentação perfeita.
Leonardo Melo
3- Nightwish (Circo Voador/RJ)
A atual turnê da banda finlandesa Nightwish, um dos maiores expoentes do Heavy Metal sinfônico, já valeria uma conferida apenas pelo disco que divulga, o ótimo Imaginaerum (2011). Com a presença da vocalista holandesa Floor Jansen (ReVamp, ex-After Forever), chamada às pressas para o lugar da sueca Anette Olzon, demitida no final de setembro, os shows tornaram-se não apenas únicos, como também imperdíveis. As apresentações ganharam ainda o reforço do flautista inglês Troy Donockley, responsável pelo toque celta/folk das faixas do mais recente álbum e que, nos shows, também participou de músicas da era Tarja Turunen, a voz original do grupo. Com a performance arrasadora, os fãs agora torcem para que Floor seja efetivada como a nova cantora do conjunto.
2- Kiss (HSBC Arena/RJ)
Ok, todo mundo sabe o que vai encontrar em um show do Kiss. Principalmente na era da internet e das câmeras digitais, em que tudo é registrado e rapidamente propagado. Desta feita, o voo de Paul Stanley sobre o público em uma tirolesa no começo de Love Gun, o vômito de sangue cenográfico de Gene Simmons antes ser erguido quase ao teto do palco para cantar God of Thunder e a guitarra destruída em meio à chuva de papel picado no fim de Rock n Roll All Nite não são novidades para ninguém. Mas presenciar esses momentos ao vivo e pelos próprios idealizadores é sempre uma experiência que arrepia. Ainda mais quando o quase quarentão repertório de hits da icônica banda mascarada ganha o frescor de músicas como All for the Love of Rock & Roll, Outta This World, Wall of Sound, do novo disco Monster, cuja turnê passou por Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro em novembro.
1- Roger Waters (Engenhão/RJ)
Em sua terceira visita ao Brasil, o ex-baixista do Pink Floyd trouxe a nova versão do grandioso espetáculo The Wall Live a Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro, no fim de março. Milimetricamente ensaiado e com o aparato tecnológico que os dias atuais permitem, o megashow com quase três horas de duração é um deleite audiovisual para ninguém botar defeito. Os incríveis efeitos sonoros, as marionetes gigantes e o enorme muro erguido tijolo por tijolo no palco, durante a apresentação, acompanham a execução integral das 28 faixas do álbum homônimo, lançado pela lendária banda inglesa em 1979. Clássicos como Confortably Numb, Another Brick in the Wall Part II e Mother levaram o público ao delírio.
Renata Santos
Mesmo com essa baita enxurrada de shows que o Brasil recebeu em 2012, preciso confessar que fui a poucos eventos. Perdi os grandes shows em arenas e estádios, não vi muitos shows ditos “menores”, e me limitei a assistir apenas os artistas que agradam o meu gosto pessoal. Por isso, talvez os meus melhores de 2012 não sejam os mesmos que os seus – assim como não são os mesmos que os dos meus colegas de site – mas, definitivamente, são os melhores que eu vi e que marcaram meu ano.
3- Europe (A Seringueira/SP)
Show, para mim, é emoção. São aquelas duas horinhas que você vai lembrar para sempre e ter orgulho de contar para amigos, filhos, netos que fez parte daquele momento. Em setembro, o Europe desembarcou no Brasil para única apresentação, n’A Seringueira, e fez um show cheio de energia, passando por diversas fases da banda, chegando às músicas do mais recente álbum, Bag of Bones, que funcionaram muito bem ao vivo. Era difícil acompanhar o vocalista Joey Tempest no palco, tamanha era sua empolgação. O ponto baixo foi que alguns clássicos, incluindo Cherokee, pedido exaustivamente pelo público, ficaram de fora. Mas, por mais cafona que seja, existe sensação melhor que cantar Carrie como se o amor deixasse de existir no mundo e pular abraçando amigos e até desconhecidos de tanta felicidade de ouvir The Final Countdown? Isso é emoção.
2- Unisonic (HSBC Brasil/SP)
Ficamos diante de Michael Kiske e Kai Hansen no palco. Isso já é mais do que suficiente para esse show ser um dos melhores do ano. Vale mencionar o bom show de abertura, que ficou por conta do Gotthard que decidiu neste ano dar os primeiros passos em direção ao futuro da banda, com o lançamento do álbum Firebirth e a chegada de Nic Maeder para o posto insubstituível do falecido Steve Lee. Voltando à grande atração da noite, o Unisonic apresentou com perfeição as músicas do disco homônimo, lançado no começo deste ano, com uma pegada mais hard rock. E de brinde ao HSBC lotado de fãs antigos, a banda tocou algumas músicas do Helloween. Ainda usando o argumento “emoção” para definir quem entra nessa lista, eu vi gente de todas as idades chorando, comemorando, ajoelhando e agradecendo aos céus a chance de ouvir March of Time cantada por Kiske. Essa cena, sem dúvida, ficou marcada na minha memória e, por isso, vale a pena destacá-la nos melhores momentos dos melhores shows do ano.
1- Nightwish (Credicard Hall/SP)
Esperei esse show acontecer para finalizar a minha lista, pois tinha certeza de que seria um grande momento pessoal. Eu sou uma “viúva” assumida da Tarja Turunen, não vi as duas passagens do Nightwish no Brasil com a Anette Olzon de propósito e, quando soube que ela havia sido demitida e que no seu lugar entraria Floor Jansen, senti que precisava ir nesse show. Acredito que a mesma curiosidade com a nova e provisória vocalista levou muita gente para conferir uma das três apresentações da Imaginaerum Tour agora, em dezembro. E a holandesa não decepcionou! Ela passou lindamente pelas fases da Tarja e da Anette, sem tentar “imitar” as duas, ao contrário, imprimindo a sua personalidade nas linhas de vocais – e como adendo, vale observar que ela bate cabelo como ninguém, melhor do que muito homem! Foi emocionante ver tantos clássicos dessa banda finlandesa sendo devidamente cantados. O grupo está em ótima forma, o entrosamento no palco era evidente, e o flautista Troy Donockley deu um toque a mais de encanto nas músicas. Resta saber se Floor vai ficar ou não definitivamente na banda. No que depender da opinião dos fãs, Tuomas nem precisa pensar muito ou fazer testes com outras vocalistas, pois, ela é a escolhida da galera.
Renato Valença
3- Apocalyptica (Carioca Club/SP)
Para compensar a longa de espera de sete anos por uma nova apresentação desses finlandeses por aqui, a banda presenteou o público brasileiro com dois shows espetaculares: o primeiro no Carioca Club e o show extra no Espaço Santa Clara.
2- Diablo Swing Orchestra (Inferno Club/SP)
Muita energia, técnica e precisão de um octeto da Suécia que mistura Jazz com Metal de uma forma impressionante. Um show surpreendente e altamente recomendado, de preferência numa casa (e palco) maior que o Inferno Club.
1- Steven Wilson (Via Marquês/SP)
Se você curte rock progressivo, certamente já deve ter ao menos ouvido falar desse cara, a mente por trás de bandas como Porcupine Tree, Blackfield, No-Man e de diversos outros projetos. Esse gênio possui uma curta carreira solo até aqui, mas com sua musicalidade e seu time de músicos de primeira é praticamente impossível não se arrepiar, como nesse incrível show realizado na Via Marquês.
Yuri Murakami
3- Trivium (Via Marquês/SP)
Em turnê promovendo o fantástico In Waves, lançado no ano passado, a primeira vinda do Trivium ao Brasil abre essa lista. Foi aquele tipo de show que já estava ganho desde o começo, tamanha era a empolgação das pessoas presentes antes mesmo dos americanos subirem ao palco. Diante de uma público insano que cantou tantas músicas quantas foram possíveis, enquanto eram empurrados ou espremidos para todos os lados, o Trivium não decepcionou. O úniico ponto baixo foi fato de que muitas pessoas não puderam vê-los, pois, no mesmo dia, outros shows aconteciam na cidade.
2- Steven Wilson (Via Marquês/SP)
Esse era o show do ano até os 40 do segundo tempo. Praticamente todo mundo respeitou o pedido do artista para não gravar ou fotografar a apresentação, salvo pessoas autorizadas. Mas sem fotos ou vídeos, o registro desse show ficou provavelmente na mente de todos os presentes. Cada nota e cada acorde ainda estão lá ao fechar os olhos, principalmente o final do show com a Lazarus e Trains, do Porcupine Tree.
1- Flogging Molly (Via Funchal/SP)
Uma banda que tem um público extremamente variado enche o Via Funchal e coloca todo mundo para dançar, pular e jogar cerveja para o alto. Sim, muita cerveja. Que eu contei foram pelo menos 20 copos voando. Com cerveja (esperamos). Mas quem se importava com isso, com o temporal que caiu antes, encharcando o povo que foi até lá, ou com o atraso que fez com que o show terminasse após o fechamento dos trens, deixando boa parte do público na rua enquanto dançava em rodinhas com os amigos, nos mosh pits ou simplesmente sozinho? E se você não estivesse pulando, você estava cantando. Simplesmente o show do ano.