Por último, mas não menos importante, o Grupo H vem pra finalizar esse especial do Portal do Inferno sobre os países classificados para a copa do mundo, curiosidades, culturas, suas seleções e bandas de metal. Confira mais este grupo com Polônia, Colômbia, Japão e Senegal.

 

Confira os demais grupos da Copa do Metal:

(Grupo A) (Grupo B) (Grupo C) (Grupo D)

(Grupo E) (Grupo F) (Grupo G)

 

Polônia

(Por Flávio Diniz)

 

Foi na Polônia que iniciou-se a segunda guerra mundial. Após a invasão da Alemanha ao país vizinho, França e Grã-Bretanha, que tinham compromissos de ajuda aos poloneses exigiram a paralisação da invasão imediatamente. Hitler não atendeu ao ultimato e a guerra foi declarada em 3 de setembro de 1939. A segunda guerra mundial arrastou-se até 1945 e deixou mais de 50 milhões de mortos. Destes, seis milhões eram poloneses, dos quais 95% eram civis. O país perdeu território e a capital Varsóvia ficou despovoada e em ruínas. Os principais campos de concentração localizavam-se na Polônia, como Treblinka, Sobibor e o mais conhecido Auschwitz. Deixando a guerra totalmente no passado, o país está hoje entre os vinte países mais pacíficos do mundo, seus alunos estão entre os melhores do mundo em domínios de leitura, ciências e matemática e a expectativa de vida neste país é de 78,20 anos, segundo dados de 2015, aproximadamente quatro a mais que no Brasil, por exemplo. A Polônia foi a terra natal da cientista Marie Curie, vencedora de dois prêmios Nobel (química e física). No entanto, naturalizou-se francesa, pois a universidade de Cracóvia a recusou pelo fato de ser mulher.

Doze anos desde sua última participação, os poloneses estão de volta à Copa do Mundo. Não conquistavam uma classificação desde 2006, na Alemanha. Na ocasião, a seleção caiu no grupo A e foi eliminada ainda na fase inicial, após perder para o Equador e para os donos da casa e conquistar uma vitória na última rodada contra a Costa Rica. Com três pontos, encerrou o torneio em terceiro colocado do grupo. Suas melhores campanhas ocorreram nos anos de 1974 na Alemanha e em 1982 na Espanha. Em ambos os casos, a Polônia foi para a disputa do terceiro lugar e venceu, derrotando Brasil e França, respectivamente. A Copa de 2018 será a oitava participação dos europeus no continente e os polacos depositam suas fichas especialmente em Robert Lewandowski, atacante de 29 anos que atua no Bayern de Munique.

Ultimamente o país da Europa central possui uma grande safra de bandas extremas. Provavelmente influenciados por grandes nomes do metal mundial e conterrâneos como Vader, Decapitated e Behemoth. Envolvidos em polêmicas, na maioria das vezes cometidas por seu líder Nergal, como fotos com símbolos e pessoas religiosas, nossa escolhida para representar o país é justamente o BEHEMOTH. Fundado em 1991 na cidade de Gdańsk. O som que era estritamente Black metal, hoje mescla elementos de Death Metal em suas composições. São dez álbuns de estúdio, além de outros EPs, discos ao vivo e compilações. O vídeo selecionado é o bem produzido clipe do single “Blow Your Trumpets Gabriel”, de 2013.

 

 

 Colômbia

(Por Flávio Diniz)

 

Vizinha de Venezuela, Brasil, Equador e Peru, a Colômbia é um belo país banhado pelo Oceano Pacífico. Seu café é considerado um dos melhores do mundo e muito famoso. Além disso, suas rosas também são muito apreciadas nos demais países e o país é o primeiro e maior produtor de esmeraldas do mundo. Além de possuir uma linda geografia e um povo muito acolhedor, o governo e o próprio povo colombiano têm trabalhado para dissociar a imagem do país à imagem da violência e do narcotráfico responsável pela produção e exportação de milhares de toneladas de drogas e mais de 260 mil mortos. E o plano tem dado tão certo que o país é um dos mais visitados da América do Sul. A procura de brasileiros pela Colômbia cresce consideravelmente a cada ano. Em 2014 mais de 124 mil brasileiros desembarcaram por lá. Esse número representou um aumento de 39% em relação ao ano anterior e é justamente com o turismo e ótima recepção a estrangeiros que os colombianos têm melhorado a imagem da sua terra.

A Colômbia chegará, no ano que vem, à sua sexta participação em copas do mundo. A seleção esteve presente nas edições de 1962, 1990, 1994, 1998 e 2014. Foi em sua última participação que os sul-americanos obtiveram a melhor campanha de sua história, encerrando o torneio em quinto lugar, ao serem eliminados pelos anfitriões por 2×1. Antes disso, na fase de grupos, os colombianos classificaram-se com facilidade para as oitavas de final com 100% de aproveitamento, derrotando a Grécia (3×1), a Costa do Marfim (2×1) e o Japão (4×1). Coincidentemente, a Colômbia teve dois confrontos seguidos contra equipes sul-americanas na fase eliminatória. O primeiro foi nas oitavas de final contra o Uruguai, onde venceu por 2×0 e o segundo foi nas quartas de final contra o Brasil. A Colômbia conta com bons jogadores como James Rodríguez (Bayern de Munique), Cuadrado (Juventus), Falcão Garcia (Mônaco) e Mina e Borja (Palmeiras), além de outros.

Alguns dos grandes nomes do metal colombiano optaram ao longo do tempo por se mudarem para outros lugares, especialmente para os Estados Unidos. Essa mudança facilita o acesso do público às bandas, pois o mercado é maior e a estrutura costuma ser melhor. La Pestilencia, Inquisition e Internal Suffering são três exemplos dentre as mais conhecidas bandas de metal da Colômbia que migraram para solo norte-americano. Qualquer uma das três representaria bem o país, portanto, escolhemos a INTERNAL SUFFERING, com um Brutal Death Metal Técnico, abordando o caos, a morte, demonologia, os mito de Cthulu e Thelema, filosofia por vezes associada ao ocultismo. A banda iniciou suas atividades na cidade de Pereira em 1996. Posteriormente mudaram-se para Nova Iorque, nos Estados Unidos e atualmente estão em Madri, na Espanha. Seu primeiro disco foi lançado em 1999 e de lá pra cá mais quatro álbuns de estúdio completam a carreira dos colombianos. Abaixo, sugerimos o lyric-video da faixa-título do último álbum da banda, “Cyclonic Void of Power”, lançado em 2016.

 

Japão

(Por Leonardo Cantarelli)

Nem Pelé, nem Garrincha, nem Ronaldo e nem Neymar. O grande ídolo do futebol japonês é brasileiro sim e é conhecido por Zico!

Arthur Antunes Coimbra é tão ídolo do Japão como do Flamengo.

O Galinho de Quintino atuou em terras nipônicas entre 1991 e 94 e revolucionou o esporte no país asiático.

Mesmo em final de carreira, Zico ainda era um dos grandes nomes do futebol mundial e com suas atuações pelo Kashima Antlers ajudou a profissionalizar e popularizar o esporte na Terra do Sol Nascente.

Atualmente, o futebol divide a popularidade com o beisebol.

A primeira participação dos Samurais em Copas do Mundo foi em 1998.  A edição da Rússia será a sexta e de forma consecutiva. A intenção é repetir o mesmo desempenho de 2002 (quando foi co-sede com a Coreia do Sul) e 2010 quando chegou até as oitavas de final.O destaque fica por conta do meia Shinji Kagawa atualmente no Borussia Dortmund da Alemanha.

Nesse período houve muitos brasileiros que se naturalizaram nipônicos e defenderam o Japão em Copas do Mundo. Em 1998 o elenco contava com o atacante Wagner Lopes. Em 2002 foi o lateral Alex Santos. Quatro anos depois, o ala esteve no plantel que era dirigido pelo ídolo Zico. Em 2010 foi a vez de Marcus Túlio Tanaka defender os asiáticos em evento ocorrido na África do Sul.

Já no Heavy Metal a ligação entre tupiniquins e samurais também é grande. Os japoneses adoram grupos que os fazem bangear a cabeça e muitas bandas estrangeiras fazem sucesso lá.

Com as brasileiras não é diferente. Não só Sepultura e Angra são adorados, como Viper deixou a sua marca e mais recentemente Hibria, Shadowside e Krisiun.

Mas e grupos japoneses de metal existem?  Claro que a pergunta é retórica, afinal existem, mas dificilmente fazem sucesso fora de suas fronteiras. Não possuem o mesmo mercado que grupos europeus, brasileiros, estadunidenses e canadenses.

Um grande destaque e que vale a pena ouvir é o LOUDNESS. O grupo originário de Osaka está na ativa desde 1981 e já lançou 27 álbuns de estúdio.

Ao longo de sua trajetória, o LOUDNESS perambulou entre o Hard Rock e o Heavy Metal tradicional (com algumas calcadas no melódico).

Em 2013, os japoneses estiveram no Brasil e participaram da terceira edição do Live’n ‘Louder, ocorrida em São Paulo/SP.

O destaque vai para a música “Crazy nights” do sexto álbum de estúdio “Thunder in the East”.

 

Senegal

(Por Flávio Diniz)

 

O idioma oficial de Senegal é o francês, porém é pouco falado. A maioria da população fala línguas étnicas e elas são muitas. Existe uma lista com trinta e seis línguas que são faladas no país. Dentre essas, o mais falado é o wolof. Como primeira ou segunda língua atinge 80% da população. Curiosamente, a Gâmbia é um país que fica cercado por Senegal e pelo Oceano Atlântico. Os dois países chegaram a formar uma confederação que tinha o nome de Senegâmbia, que durou entre 1982 e 1989, quando foi dissolvida por divergências entre os países. É em Senegal que se localiza o lago Retba, provavelmente o único no mundo que tem a água cor-de-rosa. A coloração é resultado da alta concentração de sal, que pode chegar a 40%.

Os senegaleses participaram pela primeira vez de uma edição de Copa do Mundo no ano de 2002, na copa da Coréia do Sul e Japão. E sua estreia foi surpreendente. Logo em seu jogo inicial, venceram a então campeã do mundo França pelo placar de 1×0. Nos dois jogos seguintes dois empates com Dinamarca (1×1) e Uruguai (3×3). Os resultados deram ao país africano 5 pontos, o que lhes levou ao segundo lugar do grupo A, dois pontos atrás da líder Dinamarca. Dessa maneira, as duas seleções favoritas do grupo eram eliminadas na primeira fase do torneio.  A França, que havia conquistado seu primeiro título na edição anterior em sua casa, com uma péssima campanha era eliminada com um mísero ponto, proveniente de um empate em 0x0 com o Uruguai. Nas oitavas de final, Senegal surpreendeu mais uma vez, despachando para casa a seleção da Suécia pelo placar de 2×1 e alcançando as quartas-de-final já se consagrava com uma das oito melhores seleções da copa do mundo. Nessa etapa, Senegal viu-se de frente à Turquia e deu adeus ao sonho de voos mais altos após perder pelo placar de 1×0.

Dezesseis anos depois de sua estreia e única participação, o país está de volta ao maior torneio de seleções do mundo. Com grande parte de seu elenco atuando no futebol europeu, a seleção deposita suas esperanças na experiência de seus jogadores pela convivência nos melhores campeonatos do mundo. Liverpool, West Ham United, Sunderland, Granada, Atalanta, Werder Bremen e Olympique de Marseille são algumas das equipes que contam com jogadores da seleção senegalesa dentre seus contratados.

A expressão “agulha em palheiro” já pode ser substituída por “banda de metal em Senegal”, estendendo-se também para “bandas de rock”. Iniciamos nossa busca pelo site metal-archives, que foi a principal ferramenta utilizada nesse especial, e não encontramos nada. Seguimos para Google, Youtube e Facebook e a busca continuava não resultando em nada. Entramos em contato com páginas, bandas e fãs do continente africano, além de bandas que já passaram por lá e nenhuma única banda nos foi sugerida até o fechamento desta matéria. A última cartada foi um contato com Edward Banchs, autor do livro “Heavy Metal Africa”. Ficamos surpresos com a rapidez da resposta do autor, mas infelizmente, segundo o próprio, a África Ocidental é um lugar muito calmo quando se trata de metal. Existem apenas algumas bandas naquela região e a maioria vem da Nigéria. Agradecemos mais uma vez ao escritor, que respondeu com exclusividade ao especial Copa do Metal no Portal do Inferno. Assim sendo, fecharemos este especial com apenas 31 bandas, concluindo quase 100% do nosso objetivo, mas deixando um pensamento. Senegal já foi considerado o 12º país mais pobre do mundo em uma lista de 2009 e tem o 18º pior IDH do continente africano, de um total de 53 países. Juntamos os pontos e chegamos à conclusão que esse fator pode contribuir para a inexistência ou pela divulgação muito fraca de bandas desse estilo por lá. Infelizmente, o metal não é acessível para todo mundo, pois há a necessidade da compra de instrumentos, custos para a produção de eventos, ensaios, etc. Assim, sendo, finalizamos pedindo para você que conhece alguma banda de metal deste país, entre em contato conosco, que ficaremos muito felizes em editar a matéria e ceder os devidos créditos ao “garimpeiro”.