Tarja Turunen faz parte de um grupo de artistas e bandas que sempre faz questão de tocar no Brasil, pois sabe que tem um público fiel e apaixonado pela sua música. Ela está prestes desembarcar em terras brasileiras pela terceira vez em pouco mais de um ano e, a cada retorno, é sempre bem recebida e encanta mais fãs. A vocalista está na parte final de sua turnê de divulgação do disco What Lies Beneath (2010) e fará três shows no Brasil: em Porto Alegre (4/4, Bar Opinião), São Paulo (5/4, na Via Funchal) e Rio de Janeiro (8/4, no Vivo Rio). No intervalo de seus primeiros shows na América Latina, Tarja respondeu às perguntas do Portal do Inferno sobre como foi estar tanto tempo na estrada, os próximos planos, a gravação de seu primeiro DVD ao vivo, a satisfação de voltar para o Brasil e muito mais.

Portal do Inferno: Olá, Tarja! Primeiramente, muito obrigada pela gentileza de nos conceder esta entrevista. Bem, você está chegando ao fim da What Lies Beneath Tour. Como você se sentiu com esta turnê? Como foi essa experiência para você?
Tarja:
Foi a mais longa turnê que eu fiz na minha carreira. No começo, eu tive dúvidas se conseguiria fazer todos esses shows com a minha voz com poder e saudável, mas até agora deu tudo certo. Passei por duas gripes, mas me recuperei bem rápido. Definitivamente, é bem difícil viajar com um grupo de pessoas e tentar fazer com que elas se sintam felizes todos os dias, mas esse é o meu papel como “chefe” deles (risos). Todos os shows nessa turnê foram maravilhosos, visitei novos lugares e vi muito mais pessoas indo me ver agora do que antes. Isso, é claro, é deixa muito feliz.

P.I.: Agora, a sua banda conta com o Mike Terrana (bateria), Christian Kretschmar (teclado), Kevin Chown (baixo), Alex Scholpp (guitarra) e Max Lilja (cello). Como você faz para escolher os músicos que vão te acompanhar em turnê? Você pretende manter este time para os próximos projetos?
Tarja:
Todos os músicos trabalhando comigo são convidados para as gravações e shows, então, às vezes temos algumas mudanças na formação porque os caras têm outros projetos ou porque eu sinto que preciso de alguém diferente para o trabalho. Eu preciso planejar as minhas turnês com bastante antecedência para que todos possam estar comigo. Eu ainda não sei muito sobre a próxima turnê, quem estará comigo ou quem não estará. Eu escolho os músicos quando todos os planos estão claros e definidos.

P.I.: O que os seus fãs brasileiros podem esperar para os shows que estão chegando?
Tarja
: Os setlists dos meus shows no Brasil serão bem especiais, porque filmaremos um DVD na Argentina, bem antes de desembarcarmos no Brasil. Por causa disso, escolhi músicas dos meus dois álbuns, alguns covers de Nightwish (mas não muitos) e algumas canções do meu próximo álbum! Tenho certeza que me divertirei muito agitando com os meus fãs brasileiros.

P.I.: Após a turnê, o que você pretende fazer? Já podemos esperar um novo álbum?
Tarja:
Logo após a turnê eu vou me concentrar e escrever o material para o meu novo álbum. Eu já tenho algumas músicas escritas, mas eu sinto que ainda há muito mais por vir. O álbum começará a ser produzido em junho e gravarei durante todo o período do verão europeu. Neste ano, lançaremos o meu primeiro DVD ao vivo e, no ano que vem, o novo CD, então, estarei bem ocupada.

P.I.: Em todos esses anos, seja com o Nightwish ou em carreira solo, você tocou em muitos festivais pelo mundo. E, no ano passado, você cantou com o Angra, pela primeira vez, no Rock in Rio. Como foi isso para você?
Tarja:
Foi legal trabalhar com o Angra, porque eu conheço alguns integrantes há muitos anos já. Foi a primeira vez para mim e para eles também no Rock in Rio e estávamos muito empolgados. Infelizmente, aconteceram muitos problemas técnicos no dia e a banda não teve uma passagem de som apropriada e nem o som durante o show estava bom. No fim, isso não importou e eu tive um ótimo momento com a banda e com os fãs brasileiros. Eu fiquei muito surpresa com a multidão naquela noite! As pessoas estavam muito felizes por me ver lá e eu também estava feliz por vê-los.

P.I.: Você teve a chance de ver os shows e conhecer as outras bandas brasileiras que tocaram naquela noite, como o Korzus, Sepultura e Matanza?
Tarja:
Não fiquei muito tempo na área de backstage. Tinha muita gente por lá, mas eu acho que tirei algumas fotos com os caras do Korzus.

P.I.: Como é o seu relacionamento com os músicos do Angra? Vocês planejam tocar juntos novamente? Há alguma outra banda brasileira que você gostaria de dividir o palco?
Tarja:
Como eu disse, conheço alguns dos caras há muitos anos e já trabalhei com eles. Kiko Loureiro participou do meu primeiro álbum, My Winter Storm, e tocou comigo durante a turnê, e já cantei em dueto com o Edu. Não planejamos outras parcerias por enquanto.

P.I.: Há alguns anos, você saiu em turnê com o concerto Noites Escandinavas. O quão importante é para você espalhar a cultura escandinava para seus fãs? Você gostaria de retomar esse projeto um dia?
Tarja:
Embora a Finlândia não faça parte da Escandinávia, existem muitas músicas maravilhosas que as pessoas fora dessa região talvez não conheçam. Essa foi a principal razão para esse grupo nascer e tivemos uma ótima experiência trazendo esse repertório em países como o Brasil. Por exemplo, eu me sinto como uma Embaixadora da música finlandesa e carrego a bandeira da Finlândia com muito orgulho na minha carreira. Mesmo morando em um país diferente agora, eu sempre serei uma garota finlandesa que nasceu em uma pequena, minúscula vila da Finlândia.

P.I.: Em 2006, você também teve um papel no musical Spin, no Svenska Teatteri, na Finlândia. Você gostou dessa experiência no teatro? Faria novamente?
Tarja:
Eu gostei muito dessa experiência. Sou fã de drama e óperas e peças dramáticas desde criança. Fui assistir a muitas pelas com meus pais e tive a chance também de ver o que acontecia por trás das cortinas. Isso foi tão inspirador para aquela garotinha que me levou ao que sou hoje como artista. Eu adoraria atuar em um musical ou ópera um dia, com certeza, só preciso ter tempo e uma oportunidade batendo na minha porta.

P.I.: Já faz 16 anos que sua carreira profissional como cantora começou. Desde então, muitas outras garotas surgiram e lideram bandas de heavy metal. Como você vê hoje a participação das mulheres no rock ‘n’ roll? Tem alguma garota que te inspira?
Tarja:
Para mim, o importante sempre foi continuar desenvolvendo a minha voz no canto lírico, porque se eu me tornar melhor nesse campo, ficarei melhor no rock também. Hoje, as garotas lideram bandas de muitos estilos além daquele em que eu comecei no metal. É ótimo ver que todas essas bandas têm muita gente apoiando e muitos fãs. Eu me sinto feliz em fazer parte disso e ser inspiração para algumas dessas garotas. Particularmente, eu não ouço muitas bandas que tenham garotas nos vocais, prefiro as vozes masculinas. Gosto de bandas como Avenged Sevenfold, Alice in Chains, Disturbed, etc.

P.I.: Todos nós sabemos que a Finlândia é um país com milhares de bandas incríveis. Mesmo morando longe agora, você tem acompanhado a cena finlandesa? Tem alguma banda nova que você recomendaria para seus fãs?
Tarja:
Ah! Essa é uma questão bem difícil, porque eu não moro na Finlândia há muitos anos. Não sei como está a cena do rock finlandês ultimamente. Mas, tenho certeza que há muitas bandas boas e novas que eu não conheço ainda.

P.I.: Bem, Tarja, muito obrigada pela entrevista. Estamos empolgados por vê-la novamente no Brasil, espero que você faça ótimos shows! O espaço é seu para deixar uma mensagem para seus fãs e leitores do Portal do Inferno.
Tarja:
Quero agradecer por todos estarem comigo em todos esses maravilhosos anos. Obrigada por serem a minha tempestade e me fazer feliz todos os dias com seus sorrisos, apoio e amor. Estou encantada por voltar ao Brasil de novo, já faz um tempo desde a última vez! Vamos agitar juntos muito em breve.
Com amor, Tarja.

Escrito por

Renata Santos

Sou formada em jornalismo e colaboro com sites de música há quase dez anos. Integro a equipe do Portal do Inferno desde 2011.