A procura por bandas nacionais, do nosso grande estilo, encontro Phornax, uma que merece destaque. Sabemos que é uma grande dificuldade achar bandas decentes, porque a mídia não ajuda, mas a internet, cada vez mais, é aliada dessa causa. Korzus, Sepultura, Angra, MindFlow, são bandas que já têm um certo espaço, mas temos que mostrar outros grupos que a cada dia evoluem. E hoje, estamos com o Thiago Prandini, guitarrista,compositor e produtor da banda Phornax, do Rio Grande do Sul, que vai falar um pouco de sua banda e sua influência no mundo.
Portal do Inferno: Primeiramente seja bem-vindo ao Portal do Inferno, e como está a divulgação do EP Silent War?
Thiago Prandini: Primeiramente bom dia, é uma grande satisfação realizar essa entrevista com o Portal do Inferno! Bom, sobre a divulgação do EP, ele era para ter saído em abril, mas por uma série de problemas de logística, só começou a ser vendido em dezembro de 2011! Duas das cinco faixas que compõem o EP Silent War estão para audição no Youtube. Quem quiser adquirir o EP só tem que enviar e-mail para contato@phornax.com.br, thiago@phornax.com.br, cristiano@phornax.com.br ou entrar no site da banda www.phornax.com.br e clicar no link do anúncio do Silent War. Qualquer um desses procedimentos leva à aquisição do EP, que custa somente R$10!
P.I.: Silent War e Dare of Destruction foram as duas músicas lançadas para o público, aliás, são muitas boas. Mas as outras músicas falam sobre o que?
Thiago: Cara, todas as músicas falam sobre um tema específico, o EP, de certa forma, foi composto de forma conceitual. O tema principal é o Apocalipse, tratamos de criar letras que falassem de uma forma abstrata e de livre interpretação por parte do ouvinte. Pegamos temas do cotidiano e da luta entre o Bem e o Mal e criamos as músicas. Além da Silent War e da Dare of Destruction, ainda temos a Ghosts from the Past, que nos dá uma ideia de traumas passados que ainda atormentam, e a Final Beat, que seria a etapa final dessa batalha.
P.I.: Realmente o mundo passa por essas teorias de conspirações e apocalipses desde o começo de 2000. A banda se inspira muitos nesses temas polêmicos? E quais são as outras influências de vocês?
Thiago: O EP teve sim influência desse tema por justamente estar tão presente nos últimos anos, quisemos dar a nossa versão dessa falácia toda que está por aí. Desde que sou criança tentam destruir o mundo de alguma forma, mas esse mundo materialista só acaba para quem morre, a vida segue! A intenção para nossos próximos trabalhos não é fazer mais nada em relação a este tema, visto que figurinha repetida não completa a coleção, né? Creio que a música é um instrumento muito rico culturalmente, e não devemos desperdiçar a chance de pelo menos tentar passar uma mensagem legal para o ouvinte. Queremos fazer o contrário de algumas pessoas que se julgam artistas, que atingem a massa da população com letras fúteis, transformando o bom cidadão em cabeça de vento, as adolescentes em projetos de vagabundas e coisas desse tipo; desculpem-me se me excedi!
P.I.: Relaxa, às vezes a verdade tem que ser dita, hoje em dia é difícil ver bandas mostrarem sua opiniões sobre temas que muitos têm medo de falar. Vocês recebem criticas positivas ou negativas sobre o que vocês falam?
Thiago: Para ser sincero, não faço ideia do que as outras pessoas acham das nossas letras (risos), Mas nunca ouvi (nem vi) ninguém falando mal.
P.I.: Não sou do Rio Grande do Sul, como é a recepção do rock na terra do churrasco e do chimarrão (risos)?
Thiago: Meu, por exemplo, a cena no interior é muito legal. As produções de shows são muito boas, equipamentos de ponta, casas cheias, povo bangeando até quebrar o pescoço, enfim, muito FODA! Mas em POA a coisa muda um pouco, alguns produtores só pensam no lucro, colocam equipamentos ruins em algumas casas, forçando os músicos a levarem seus próprios amps. O público é um pouco mais frio, mas é bom também. Infelizmente, ainda existe muita rivalidade entre estilos do próprio Heavy Metal, tipo, os mais extremos não curtem bandas que puxam mais para o melódico e o inverso também, isso enfraquece demais a cena local. Creio que a ascensão de bandas covers também ajuda e MUITO a agravar isso, tipo, os caras muitas vezes tocam de graça e tiram o espaço de muita banda legal, que faz um som próprio. Isso é chato para a cena num todo, o dono do bar ganha grana, as bandas não conseguem dinheiro nem do transporte. Mas isso um dia irá mudar, as pessoas estão mais conscientes sobre isso.
P.I.: Phornax tem influências de quais bandas?
Thiago: Bah, é difícil apontar uma linha assim. Temos diversas influências vindas de estilos diferentes. Posso falar por mim, comecei a tocar guitarra depois de ouvir Iron Maiden na escola, nossa fiquei louco! Depois comecei a escutar Helloween e Stratovarius, hoje em dia não consigo mais escutar essas bandas, não que sejam ruins, mas a gente vai crescendo e querendo escutar coisas mais pesadas. Parti então para escutar um pouco de Prog Metal, Symphony X é minha banda predileta nesse estilo, mais por ter uma atitude muito mais Heavy Metal do que as outras que ficaram “prog demais”, o som fica chato assim. Tocam pra caralho, mas na real, eu durmo escutando outas bandas do prog. Nesse meio tempo, aprendi a gostar de guitarristas solo, Yngwie Malmsteen, Joe Satriani, Steve Vai, Eric Jonhson e Paul Gilbert (Racer X/Mr Big) são os que eu mais curto, inclusive antes de entrar para o Phornax, fazia cover de uns sons desses caras. Mas do que eu gosto mesmo é de sons pesados como Pantera, Sepultura, Slayer, Nevermore e Arch Enemy. Também curto muitas bandas underground, acho que não devemos ficar focados num só estilo, é tudo Heavy Metal e é disso que gostamos.
P.I.: Todos da banda compõem? E fale um pouco mais sobre como a banda convive com as teorias de conspirações e do mundo em que a minoria domina a maioria.
Thiago: Bom sobre as composições, geralmente a música começa quando começo a tocar aleatoriamente, vou improvisando algo, e aquela sonoridade que eu achar mais legal, gravo e mando para os outros membros criarem seus instrumentos. Às vezes, a música surge quando todos mandam as ideias para eu montar as guitarras, varia muito. Sobre as teorias da conspiração, elas surgem mais quando queremos discutir temas que seriam legais de abordar, ultimamente estamos pensando em novas ideias para nosso próximo trabalho.
P.I.: Hoje em dia é muito difícil fazer uma banda, principalmente de rock, porque há muitas divergências e brigas de egos, mas vocês superam as dificuldades, qual é a sensação de poder cantar o melhor estilo de música do planeta?
Thiago: Cara, realmente ego é um problema muito grande entre os músicos de qualquer estilo. No nosso caso é tranquilo, somos muito exigentes com nós mesmos, e isso nos motiva a querer tocar melhor, fazer um show em que as pessoas agitem e batam cabeça até sentir dor no pescoço (risos), e obviamente, para que o show vire um espetáculo de verdade. Tocamos Heavy Metal por que gostamos e isso é o mais gratificante!
P.I.: Fazer sucesso no Brasil com o metal é difícil por preconceitos da mídia que não conhece a historia da banda. As dificuldades estão sempre presentes mas com determinação tudo isso acaba. A banda tem projetos de CD pra esse ano? Quais são os objetivos da banda nesse ano repleto de mistérios (risos)?
Thiago: Sim, a dificuldade no Brasil é grande por uma série de fatores, pretendo não me estender muito aqui, senão vamos terminar a entrevista em 2014 (risos), mas quem sabe um dia isso não mude, né? Então, em 2012, pretendemos lançar um álbum, se não der para lançar, pelo menos deixar engatilhado para 2013. Fazer uma série bem grande de shows para aumentar nossa experiência nos palcos! Sempre passamos por situações desafiadoras, que nos testam a todo momento, e creio que só com “estrada no corpo” mesmo para isso se tornar natural e assim tirar de letra todas adversidades. Em resumo, lançar um novo trabalho, sem tema nem nada definido ainda, e fazer muitos shows!
P.I.: Tomara que um dia passem aqui em São Paulo. Muito obrigado pela entrevista e para finalizar, deixo o espaço para você mandar um recado para o pessoal.
Thiago: Agradecemos o espaço cara, é um prazer enorme dar uma entrevista para o Portal do Inferno. Esperamos que toquemos em São Paulo num futuro não tão distante assim. Deixo aquele abraço para todos os headbangers! Entrem no site www.phornax.com.br, sigam-nos no twitter @Phornax e curtam nossa página no facebook. Valeu, abração!