O Shining é um dos grandes nomes do metal extremo da Suécia e, em 17 anos, colecionou mais do que discos. Com fortes referências depressivas e suicidas em suas letras, as polêmicas são constantes no dia a dia do grupo, assim como a troca de seus integrantes.
Em entrevista exclusiva ao Portal do Inferno, o vocalista Niklas Kvarforth comenta sobre a trajetória da banda. Além disso, relata sobre o seu lado escritor – com o lançamento de um livro e da prublicação de colunas em revistas europeias -, as expectativas para a primeira turnê com a atual formação, a vontade de tocar na América do Sul e o documentário sobre a banda, que o cineasta sueco Martin Strandberg está desenvolvendo, com previsão de ser lançado em 2014. Confira:
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Portal do Inferno: Antes de começarmos a falar sobre o novo album do Shining, 8½ – Feberdrömmar I Vaket Tillstånd, queria abordar o seu lado escritor. O ano de 2013 não apenas marcou o lançamento do seu primeiro livro, When Prozac No Longer Helps, como também revelou um Niklas Kvarforth colunista. As revistas Metallian, Rock Hard (Itália) e The Legacy – Voices from the Dark Side estão publicando seus textos regularmente. O que te levou a esse novo empreendimento criativo?
Niklas Kvarforth: Eu sempre escrevi ao longo dos anos e isso provou ser um bom jeito de eu dar uma certa perspectiva às coisas. Enquanto eu estava compilando o When Prozac No Longer Helps, também estava trabalhando no que se tornaria a coluna para aprender a usar o inglês na forma escrita. Eu mandei o primeiro texto finalizado para alguns amigos que me convenceram a publicar o material. O que muitos não esperavam é que a coluna The Bi-Monthly Pessimist não tem a ver com o Shining ou qualquer outro projeto, exceto por algumas referências aqui e ali, obviamente. É divertido, sabe, ver como alguns mongolóides podem ficar desapontados. Mas não se preocupem, eu também estou trabalhando em uma autobiografia.
P.I.: Sua coluna é publicada em francês, italiano e alemão: por que você acha que ainda não houve nenhuma revista britânica e/ou americana para publicá-la? Você acha que alguns editores não conseguem ver o desafio ao temerem as realidades que você traz à tona diretamente?
Niklas: Eu recebi algumas ofertas já, mas as recusei devido à arrogância e estupidez que alguns desses editores retardados expressam. A coluna deve ser publicada em inglês, claro, especialmente porque os tópicos que eu abordo são importantes e nunca mencionados por outra mídia, por causa do medo, como você colocou, de falar diretamente. Sabe, parece que a maioria das pessoas sente a necessidade de encobrir tudo com a censura, fazer tudo o que pode para evitar se tornar a ovelha negra da indústria. Eu, por outro lado, sempre fui a ovelha negra e recusei censurar a mim mesmo, então, as mais ousadas revistas alemãs, italianas e francesas aderiram. Outro passo necessário é ter os textos publicados em português e espanhol, mas, infelizmente, ainda não tive tempo de analisar as opções que eu posso ter nessas partes do mundo.
P.I.: O livro When Prozac No Longer Helps já está chegando a sua segunda edição. Qual foi a reação inicial de seus antigos fãs quando você anunciou essa criação? Você acha que o livro desvendou aspectos profundos de sua personalidade e, portanto, o colocou mais próximo às pessoas que nunca haviam escutado Shining ou Niklas Kvarforth antes?
Niklas: Inicialmente, quando mandei o “livro” para a impressão, eu estava cético, porque eu não via como conseguiríamos vender todas as cópias (tudo foi vendido exclusivamente pelo site Shining Legions). Entretanto, o lote todo foi vendido em pouco tempo, o que resultou na segunda edição lançada no mês passado. Não acho que o livro faz as pessoas fora do meu universo se interessarem, pois é, afinal, um livro das minhas músicas. Músicas as quais temos milhares de fãs que pedem as traduções desde o começo. E essa foi uma das principais razões que me fizeram decidir publicá-las, em primeiro lugar. Eu via algumas letras traduzidas por fãs na internet e isso me deixava furioso, porque parece que ninguém as entendeu corretamente, um problema que só eu poderia mudar, já que fui eu quem as escreveu em meu idioma nativo. No entanto, as letras não são traduções literais, mas focam em refletir a mesma atmosfera e significado que as originais.
P.I.: Em 23 de setembro, o nono álbum de studio do Shining, 8½ – Feberdrömmar I Vaket Tillstånd, foi lançado pela Dark Essence Records. Esse álbum dá sequência à era de Livets Ändhållplats e Angst com uma coleção de seis faixas com participações especiais de vocalistas, como o ex e o atual frontman do Mayhem, Maniac e Attila Csihar, Famine do Pester Noire, Wardruna e, por fim, Gaahl, do God Seed. Por que você sentiu a necessidade de revisitar esta fase particular da sua criatividade com esses vocalistas renomados?
Niklas: Não é um novo álbum, para começar. Quando deixamos a Universal/Spinefarm, de repente, fomos considerados párias que ninguém da indústria ousaria olhar. Isso, inevitavelmente, resultou na falta de possibilidade de ter o novo álbum distribuído ou, até mesmo, marcar qualquer show por um longo tempo. Por isso, muitos de nossos fãs e até colaboradores do passado e do presente acharam que a banda havia terminado. Agora, como estou reestruturando a banda das cinzas dos fogos violentos ateados pelos nossos inimigos, a necessidade de contra-atacar imediatamente foi iminente e, portanto, licenciamos com a Dark Essence, é claro, esse disco com demos antigas e a adição de algumas participações. Na verdade, havia um plano de regravar Within Deep Dark Chambers há alguns anos, o que nunca aconteceu. Mas pareceu uma boa ideia combinar aquele projeto, o qual a maioria dos artistas (Gaahl, Maniac, Attila) já estava a bordo, com o lançamento oficial de demos antigas.
P.I.: Com o álbum tomando forma, alguma característica emergiu das faixas revisitadas que você não se deparou na época em que elas foram compostas e que agora é percebida de um ponto de vista externo? Você está lidando com essas faixas de uma forma diferente agora?
Niklas: Na verdade não, já que as estruturas básicas das músicas já estavam gravadas em 2001-2002 quando o Hellhammer me pediu algumas demos antes de entrar em estúdio (nós nunca ensaiamos). Mas apenas duas guitarras e a bateria foram gravadas naquela época, então, o que está no álbum é algo completamente diferente do bootleg com as pré-produções que uma companhia alemã lançou um pouco antes do disco IV. Também, a decisão consciente de ter outros vocalistas cantando as músicas fez a coisa toda transcender e, portanto, um pouco mais difícil de se relacionar.
P.I.: Do que você se lembra e valoriza daquele tempo antigo?
Niklas: Da minha juventude, da minha libido, e do fanatismo sem direção que foi a minha principal força naquela época. Mas, honestamente, sempre que se olha para trás, vemos coisas que sentimos falta e que eram melhores naquele tempo, embora provavelmente não fossem. Eu tento olhar para frente, ao invés de olhar para o passado. Ainda há muitas coisas que preciso alcançar e esse provavelmente sempre será o caso, já que eu sempre tentei alcançar o céu quando as copas das árvores são difíceis o suficiente para começar.
P.I.: Depois de parar de numerar os discos sequencialmente com o Redefining Darkness, por que foi tão importante numerá-los novamente? Este álbum estava, de certa forma, seguindo a sequência anterior, enquanto o lançamento do 8 ½ Feberdrömmar I Vaket Tillstånd soa como um trabalho de transição?
Niklas: Na época do Redefining Darkness, eu estava convencido de que havia uma necessidade de criar algo completamente novo. Mas eu entendi, e paguei caro por isso, que algumas coisas são muito sagradas para serem alteradas, e é por isso que algumas das minhas decisões tiveram que ser reconsideradas no começo do processo de reestruturação da banda. E, sim, você acertou, 8 ½ não é um novo álbum, mas um passo necessário entre Redefining Darkness e o novo disco, que está sendo criado enquanto conversamos.
P.I.: O design gráfico de 8 ½ Feberdrömmar I Vaket Tillstånd é totalmente intenso e, na minha opinião, combina perfeitamente com a profundidade de cada música. Como você desenvolveu a arte e qual é o conceito por trás da capa de Michal Pawlowski?
Niklas: Eu já tinha uma visão de como a capa deveria ser quando comecei a trabalhar no projeto e foi uma mera coincidência quando conheci o trabalho do Michal. Mas, o que foi muito estranho e totalmente assustador foi que ele colocou a minha visão na tela muito antes de eu vê-la. O Mal funciona de formas misteriosas. Eu sempre tive paixão por todas as formas de arte, seja a pintura, a escrita, a fotografia ou qualquer outra coisa, e eu sugiro que, se você tem esse interesse também, deveria dar uma olhada no resto do portfólio do Michal.
P.I.: Redefining Darkness já tem quase um ano. Você está feliz com o nível de criatividade que alcançou neste álbum, um dos meus lançamentos preferidos de 2012?
Niklas: Foi apenas um passo natural que eu dei do álbum VII, nem mais, nem menos. Entretanto, o disco em si sempre me lembrará como as coisas podem ficar complicadas pra caralho quando a gente se envolve com uma gravadora grande. É um clichê, sim, mas muito verdadeiro: “Quando o dinheiro fica maior, os problemas também ficam”. Não há nada de errado com as grandes gravadoras em geral, é só que a gravadora acabou em um estado de reconstrução o qual, obviamente, não atuava a nosso favor.
P.I.: Das suas recentes apresentações ao vivo, parece claro que existe um certo equilíbrio na banda. Você acha que agora encontrou uma formação estável?
Niklas: Algumas semanas atrás, me dei conta de que esta é a formação que está a mais tempo na banda até hoje. E o lance é: eu não encontro nenhum dos caras quando não estamos no palco, o que eu acredito que ajudou muito. A combinação entre Huss (Peter, guitarrista) e Euge (Valorvita, guitarra) é realmente fora do comum e eu não consigo entender, pelo amor de Lúcifer, como eu consegui esses músicos brilhantes para tocar comigo. Raikku (Rainer Tuomikanto) também provou que é, sem dúvida, o melhor baterista com o qual eu já dividi um palco, mas temos que esperar e ver como as coisas vão se desenvolver quando estivermos no estúdio. E sobre Christian (Larsson, baixo)… ele supera a maioria de suas falhas simplesmente porque é um fantástico showman.
P.I.: Após um verão bem-sucedido com o Shining participando da maioria dos festivais europeus, como o Party San (Alemanha), o Carpathian Alliance Metal Festival (Ucrânia) e o Metaldays (Eslovênia), sua próxima turnê europeia já foi anunciada: Razors Across Europe 2013, que vai começar no dia 22 de novembro, em Berlim. Há algo que você queira compartilhar sobre como seus shows serão?
Niklas: Essa será a primeira turnê que faremos com a formação atual, já que a que fizemos com o Watain foi há quase três anos. Muitas coisas mudaram para melhor desde então. Não apenas a formação está estável pela primeira vez, mas também estamos trabalhando com um engenheiro de som que esteve conosco em cada evento nos últimos dois anos e, por isso, sabe como atingir o que esperamos para o nosso som. Também, a banda chegou a um ponto em que os únicos erros são causados por forças externas, o que me fez apreciar o que estamos fazendo de tempos em tempos. A turnê passará por 17 locais no total antes de terminarmos o ano com um show nesta edição da Satan’s Convention, na Alemanha. Vai ser interessante ver como Euge e Raikku irão se adaptar à vida na estrada. Mas, além disso, espere por uma noite de escuridão violenta e desentendimentos inevitáveis!
P.I.: Podemos esperar o Shining tocando no Brasil e no resto da América do Sul?
Niklas: Esperamos que sim. Aconteceram algumas negociações de uma turnê lá com o Carpatian Forest, o que seria fantástico. Só fomos até o México no passado, mas sempre quisemos sair em turnê na América do Sul e temos esperanças de realizá-la quando entrarmos em acordo com um promotor local que atenda às nossas demandas.
P.I.: Você tem alguma informação nova sobre o documentário de Martin Strandberg?
Niklas: Como já disse antes, nem eu nem os outros integrantes estão envolvidos com o projeto, então, você precisaria perguntar para o próprio Martin. Eu ainda me sinto muito lisonjeado, pois, pelo que eu entendi, o filme não será sobre a música do Shining, mas irá focar no embaraço social que é a nossa longa carreira de 17 anos. Ele está entrevistando cada um dos integrantes do passado e do presente, e também gravadoras, promotores e a mídia em geral. Acredito que quando esse filme chegar ao mercado, muitas pessoas vão parar de reclamar sobre passar por fases difíceis com suas bandas. É sério, algumas coisas do nosso passado são quase surreais agora, vistas por uma perspectiva diferente. Espero que também possa influenciar outras pessoas a levar as coisas um pouco a diante, ao invés de confiar na tradição e valores humanitários.
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P.I.: Um (novo) álbum, uma nova turnê, um livro chegado à segunda edição, uma coluna regular em três grandes revistas de música da Europa e um documentário em produção. Você está feliz?
Niklas: Se eu pudesse ter agora uma taça de um bom vinho (de preferência chileno), um bife cheio de gordura e uma bela garota vestindo meias e salto alto em cima de mim, então… sim.
Portal do Inferno: Before we start talking about Shining’s new album, 8½ – Feberdrömmar I Vaket Tillstånd, I would like to spend time exploring your writing. 2013 not only marked the arrival of your first book, When Prozac No Longer Helps, it also brought up another aspect of Niklas Kvarforth through a column. Metallian, Rock Hard (Italy) and The Legacy – Voices from the Dark Side are now publishing it regularly. What brought you to this additional creative venture?
Niklas Kvarforth: I have always been writing on and off throughout the years as it has proven to be quite a good way for me to put things into perspective. While I was compiling When Prozac No Longer Helps, I was also working on what would later become the column in order to learn how to use the English language when writing. I sent the first finished paper to a few friends of mine who later convinced me to get the material published. What many didn’t expect is that The Bi-Monthly Pessimist does not deal with Shining or any of my other projects at all, apart from a few unavoidable references now and then of course. It’s kind of fun, you know, seeing how disappointed some mongoloids seem to get. Don’t worry though; I am also working on an autobiography.
P.I.: Your column is published in French, Italian and German: why do you think there hasn’t been yet any English and/or US magazine coming forward to publish it? Do you think some editors fail to see the challenge as they are too afraid of the realities you bring to surface rather straightforwardly?
Niklas: There have been a few offers already but I have turned them all down due to an unexpected arrogance and general stupidity some of these retarded editors seem to express. The column must be published in English of course, especially since the topics I am covering are of importance and never touched upon by other media because of fear of the, as you put it, straightforwardness. You know, it seems most people feel a need to shroud everything in censorship, doing everything it takes to avoid becoming the black sheep of the industry. I, on the other hand, have always been somewhat of a black sheep and refuse to censor myself, so therefore the more daring German, Italian and French magazines have already picked it up. Another necessary step is to have it published in Portuguese and Spanish too but up till now I sadly haven’t found the time to look over the options I might have in those parts of the world.
P.I.: When Prozac No Longer Helps is now coming to its second print. What was the initial reaction from your long-time fans when you announced this new creation? Do you think that this book unravelled deeper aspects of your personality and therefore brought you closer to people that had never heard of Shining or Niklas Kvarforth before?
Niklas: Initially, when sending the “book” off to the printers I was sceptical. Because I really didn’t see how the hell we would manage to sell all of those copies on our own (ALL were sold exclusively via Shining Legions). However, the whole lot sold out in no time which resulted in a second edition being released last month. I do not think the book itself makes people outside of my universe interested, as it is ultimately, just a book of my lyrics. Lyrics which we’ve had thousands of fans requesting translations from day one. And that was also one of the main reasons why I decided to publish in the first place. Particularly since after having looked some lyrics translated by fans up online, it made me furious as nearly no one seem to have understood them correctly, a problem only I could change, as it was I who wrote them in my native language originally. Therefore the lyrics are not literal translations, but instead focus on retaining the very same atmosphere and meaning as the originals.
P.I.: On September 23rd, 8½ – Feberdrömmar I Vaket Tillstånd, Shining’s ninth album was released via Dark Essence Records. This album dwells into the Livets Ändhållplats and Angst eras with a collection of six tracks featuring guest vocalists such as both former and current Mayhem frontmen Maniac and Attila Csihar, Famine from Pester Noire, Wardruna and God Seed’s Gaahl just to mention three: why did you feel the need to revisit this particular phase of your creativity with these top vocalists?
Niklas: It is NOT a new album to begin with. When we left Universal/Spinefarm we were all of a sudden considered a pariah that no one in the industry dared to even look at. This inevitably resulted in us not being able to get the new album distributed or even getting any gigs for a very long period of time. Because of this, many of our fans and even past and present collaborators thought we had disbanded. While now rebuilding the band from the ashes of the violent fires lit by our enemies, the need to strike back immediately was a no-brainer, and therefore we licensed this recording of old demos with additional features of course, to Dark Essence. Actually, there was a plan to re-record Within Deep Dark Chambers some years ago, which never happened. But it seemed like quite a good idea to combine that project, where most of the artists (Gaahl, Maniac, Attila) were already on board, with releasing the old demos officially.
P.I.: As the album was coming together, did anything surfaced from the revisited tracks that you did not come across back then as they are now being perceived from an outside viewpoint? Are you relating to these tracks differently now?
Niklas: Not really as the basic structures of the songs were already recorded back in 2001-2002 when Hellhammer asked me for some demos before entering the studio (we never rehearse). But only two guitars and the drum-machine had been recorded back then, so what ended up on the album is something completely different from the bootleg of these pre-productions which a German company released sometime before the IV album. Also, the conscious decision of having other vocalists singing on the songs makes the whole thing a bit otherworldly for me and therefore still a bit hard to relate to.
P.I.: What do you remember and treasure the most of those early days?
Niklas: My youth, my libido and the directionless fanaticism that was my main driving force back then. But in all honesty, whenever one looks back there are always things you miss and feel were better at that time, although they probably weren’t. I try to look forwards instead of backwards. There are still many things I have to achieve and that will probably always be the case as I have always tried reaching for the sky when the treetops are hard enough to begin with.
P.I.: After dropping numbering your albums with Redefining Darkness why was it important for you to go back to it again, with the ½ stating in a way that Redefining Darkness, Shining’s eight album was as a matter of fact still in that sequence and that 8½ Feberdrömmar I Vaket Tillstånd is an album somewhat in-between?
Niklas: During the time of Redefining Darkness I was convinced that there was a need to create something completely new. But I eventually understood, and paid dearly for it, that some things are just too holy to be tampered with, and that is also why some of my decisions had to be reconsidered when beginning the process of rebuilding the band. And yes, you got it right there, 8 ½ is not a new album, but a necessary step between Redefining Darkness and the ninth album which is being created as we speak.
P.I.: The artwork of 8 ½ Feberdrömmar I Vaket Tillstånd is overall very intense and in my opinion, perfectly matches the depth of each song. How did you develop it and what is the concept behind the cover by Michal Pawlowski?
Niklas: I already had a vision of what the cover had to be like when I started working on the project and it was by a mere coincidence that I came across the work of Michal. But what really was odd and extremely creepy was that he had put my vision on canvas long before I had even seen it. The Devil works in mysterious ways. I myself have always had a passion for all kinds of art; be it painting, writing, photography or whatever, and I suggest that if you share these interests that you should definitely look up the rest of his portfolio.
P.I.: Redefining Darkness is barely a year old. Are you happy with the level of creativity you have achieved with this album, one of my favourite releases of 2012?
Niklas: It was just a natural step I took from the VII album, no more, no less. However, the album itself will always remind me of just how fucking complicated things can get when getting involved with a real major label. It’s a cliché yes, but oh so very true: “When the money gets a lot bigger, so do the problems”. Nothing wrong with major labels in general, it’s just that the label ended up being in a state of reconstruction which obviously did not work in our favour.
P.I.: It looks clear from your recent live performances that there is a certain balance within the band. Do you think you have achieved a stable line-up now?
Niklas: It hit me a few weeks back actually, that this is the longest running line-up we’ve ever had. And the thing is, I never meet any of the others when not standing on stage, which I believe has helped a lot. The combination of Huss and Euge is truly out of the ordinary and I can’t for the love of Lucifer understand how the hell I have managed to get such brilliant musicians playing for me to begin with. Raikku has also proven that he is, without a doubt, the best drummer I have ever shared the stage with, but we’ll have to wait and see how things might evolve once we’re in the studio. And regarding Christian… He gets away with most of his flaws by being such a fantastic showman.
P.I.: After a successful summer with Shining appearing in most top European festivals such as Party San (Germany), Carpathian Alliance Metal Festival (Ukraine) and Metaldays (Slovenia), your next European tour was recently announced: Razors Across Europe 2013 will commence on 22 November in Berlin: is there anything you would like to share on how your next live shows are going to be?
Niklas: It will be the first real tour we will be doing with the current line-up, since the last tour with Watain was almost three years ago. A lot of things have changed for the better since then. Not only is the line-up now stable for the first time ever, but also we are working with a sound-engineer who has been with us at each ceremony over the past two years and therefore understands how to achieve what we’re aiming for sound-wise. Also, the band has gotten to a point where the only mistakes being made are caused by outside forces which have made me actually appreciate what we are doing from time to time. The tour will have us devouring 17 venues in total before ending the year with the appearance at this year’s edition of Satan’s Convention in Germany. Will be truly interesting to see how Euge and Raikku will adjust to the life on a night-liner. But other than that, expect an evening of violent darkness and unavoidable misunderstandings!
P.I.: Can we expect Shining taking over Brazil and the rest of South America soon as well?
Niklas: We really hope so. There has been some talk about a tour together with Carpathian Forest over there which would be fucking fantastic. We have only reached as far as Mexico in the past but have always wanted to tour South America and will hopefully be able to do so when we have reached an agreement with a promoter who can meet our demands.
P.I.: Do you have any update about Martin Strandberg’s documentary?
Niklas: As I said before, neither I nor any of the other members are involved with the project so you will have to ask Martin himself. I am still quite thrilled though, as from what I have understood the movie will not be about the music of Shining but will instead focus on the social awkwardness that is our seventeen-year long career. He is interviewing basically every single member from both the past and the present, and also record-labels, promoters and general media on top of that. I believe when this movie hits the market, many people will stop complaining about having a hard time with their bands. Seriously, some of the stuff from our past is almost unreal now seeing it from a different perspective. Hopefully it will also influence others to take things just a little bit further instead of relying on tradition and humanitarian values.
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P.I.: A (new) album, a new tour, a book coming to its second print, a regular column in three top European music magazines and a documentary in the making. Are you happy?
Niklas: If I could have nice glass of wine (preferably Chilean), a big fat steak and a nice girl dressed in stockings and heels riding my cock right now, then… Yes.