Uma das grandes revelações do heavy metal nesta década é o Temperance.
Como manda a tradição, é mais uma banda italiana que pratica um power metal sinfônico de alta qualidade.
Em 2020, o grupo oriundo do ‘norte da Bota’, lançou o ‘Viridian’, quinto álbum de estúdio.
Esse disco também é o segundo que conta com Alessia Scolletti no vocal feminino. Ela substitui Chiara Tricarico, que gravou os três primeiros.
Quem faz as vozes masculinas é Michele Guaitoli, que também fica responsável pelos teclados. Sob o comando do baixo está Luca Negro, enquanto Alfonso Mocerino é quem toma conta da bateria.
Na guitarra e nos backing vocals está Marco Pastorino, um dos fundadores da Temperance, ao lado de Luca.
Pastorino conversou com o Portal do Inferno e falou sobre o novo lançamento, troca de vocalistas, power metal italiano, vontade de tocar no Brasil e muito mais.
Confira:
Em 2020, a grande novidade do Temperance foi o lançamento do álbum Viridian. Como está sendo a repercussão? Como você avalia o final desse trabalho?
O retorno tem sido ótimo. Temos recebidos elogios tanto de promotores de shows, como da mídia e dos fãs. Está sendo muito gratificante ver que as pessoas estão gostando.
Sobre a minha avaliação, sempre classifico um álbum recém-lançado como o melhor que já foi feito pela banda. Gostei muito. Toda vez que toco em shows, componho músicas e gravo álbum, faço com o coração e amor ao heavy metal. Todos os integrantes que estão na Temperance pensam o mesmo e querem dar o máximo, procurando atingir o melhor com a banda.
Acredita que este álbum está melhor que o Of Jupiters and Moons, que teve um alcance grande do público?
Ser melhor ou não, é algo pessoal. Of Jupiters and Moons (lançado em 2018) nos abriu muita portas e nos deu um grande suporte como banda. Se em 2020 conseguimos lançar o Viridian, devemos muito ao Of Jupiters and Moons.
O Viridian é um álbum muito bom e completo. Seguiremos crescendo, compondo e fazendo discos melhores ainda.
Os três primeiros álbuns tiveram como vocalista Chiara Tricarico e agora conta como Alessia Scolletti. Como vê as diferenças entre as duas vocalistas?
As duas são ótimas cantoras, mas são de estilos diferentes. Chiara é uma ótima compositora e como vocalista, pode cantar em diversos modos. Tem um repertório variado.
Já a Alessia, foi uma boa descoberta e é uma grande sensação do heavy metal. Ela é minha amiga e nos conhecemos há 12 anos. Quando Chiara saiu, imaginei que a Alessia era uma boa substitutita para o Temperance. Deu certo e tenho muito orgulho de tê-la na banda.
A Itália tem uma ‘ótima escola’ de Power Metal. Já surgiram bandas como Rhapsody of Fire, Labirynth e mais recentemente o Temperance. O que faz com que os italianos se destaquem nesse gênero do heavy metal?
Não sei dizer o motivo. O Rhapsody of Fire e o Labyrinth fizeram sucesso logo no início da carreira e abriram as portas para o heavy metal italiano. Nós italianos somos muito gratos a eles por isso. Logo, a minha geração cresceu ouvindo esses grupos e fomos inspirados por eles. Tanto que nós do Temperance, o Frozen Crown e muitas outras bandas, fazemos um som com influências deles.
Além das bandas citadas acima, quais outras você ouvia?
Há as tradicionais como Black Sabbath e Judas Priest que foram o início do heavy metal. Ouvi muito Edguy, Avantasia, Savatage, Dream Theater e Yngwie Malmsteen. Pelo lado mais pesado, gosto muito da banda Death , In Flames e Children of Bodom.
Fora do Heavy Metal, gosto de escutar canções mais pops.
Há alguma banda brasileira que goste?
Com exceção de Angra e Sepultura, que todos conhecem, gosto do Almah, com quem já fizemos excursão pela Europa. Na época, os guitarristas eram o Marcelo Barbosa e o Gustavo Di Pádua. Conversei muito com eles e trocamos bastante experiência. Foi bem proveitosa aquela turnê.
Também gosto muito do Noturnall, do Shaman quando tinha o André Matos no vocal, e acho bacana o Hibria.
Por fim, quais os planos do Temperance para o futuro?
Agora está tudo parado por conta do COVID-19. Aqui na Itália, a situação, aos poucos está voltando ao normal. Aqui onde moro (região da Lombardia), foi uma das mais afetadas pela pandemia.
Os festivais do verão europeu (período entre julho-setembro) foram todos cancelados.
Pretendemos fazer, em alguns meses, uma live pelo canal do Temperance no Youtube. É o único plano que temos, até o momento.
Vamos esperar a liberação do governo italiano para podermos voltar a vida normalmente e pensar melhor nos nossos planos e estar nos palcos.
Espero um dia poder tocar na América do Sul. Quero muito conhecer o Brasil, a Argentina e o Chile. Na nossa equipe de manager há um brasileiro e sempre nos fala bem daí. Dizem que os shows no Brasil, o público tem muita energia e é muito vibrante.