Bem, pra mim seria completamente desnecessário apresentar a banda, mas como estamos falando de uma banda Nacional COMPLETAMENTE FORA do ponto comum Nacional, hoje eu lhes apresento o Arandu Arakuaa, banda de “Folk Metal” Brasileira, oriunda de Brasília e com os seus 10 anos de carreira e com o terceiro disco sendo lançando esse ano, Mrã Waze, a banda celebra sempre a Cultura Indígena e Nacional.

Dito isso, eu vou explicar o porquê coloquei o estilo entre aspas, já que o Folk no Brasil é conhecido por bandas geralmente Européias que usam instrumentos típicos de suas tribos e vestimentas que datam o período Medieval, pensando por esse caminho, o Arandu Arakuaa segue pelo mesmo caminho, já que a banda faz uso de instrumentos indígenas e também usam pinturas em palco, o maior diferencial é a língua usada em suas letras, sempre de origem indígena.

O novo disco tem uma temática linda, da ligação do homem com a natureza, de acordo com a própria banda: “Mrã Waze (Respeito a Natureza no idioma indígena brasileiro Akwẽ Xerente).

O conceito do disco versa sobre a relação do homem com a natureza, o uso das medicinas de cura nas quais os pajés trabalham com as forças da natureza e os espíritos dos animais, além de toda a mística da lua e do sol. A mensagem central é “todos unidos em matéria e espírito”, assim formando uma grande unidade, onde não há separação entre o plano físico e o espiritual e, consequentemente, se atinge o equilíbrio entre o homem, os animais, a natureza, enfim, todo o cosmos.”

O disco mantém a incrível genialidade musical, vista em seus álbuns anteriores, da união mais improvável e ao mesmo tempo perfeita de Metal com Música Regional, de elementos indígenas e passagens de Bossa Nova, as línguas naturais do país sendo tão bem colocadas em tanto peso e criatividade, eu serei sincero pra vocês, é complicado demais analisar música por música de uma obra tão grandiosa com o Arandu Arakuaa nos apresenta e em meu ponto de vista, nos presenteia em Mrã Waze e toda a produção de Caio Duarte na Broadband Studios só deixou ainda mais belo esse trabalho dos mestres do Levante do Metal Nativo.

Um disco que merece ser ouvido em sua íntegra, sem distinção de músicas, com extrema atenção em todas as suas passagens e esmero em sua definição caro leitor, pois tenho certeza de que terá uma experiência única. Espero ver a banda excursionando não somente pelo Brasil, mas pelo mundo afora com o seu incrível trabalho, eles estão mais uma vez de parabéns!!

NOTA: 9,5 / 10

O Arandu Arakuaa é:

 

Zândhio Huku (Vocais/Guitarra/Viola Caipira/Instrumentos Indígenas)

Lís Carvalho (Vocais/Pífano)

Guilherme Cezario (Guitarra)

Saulo Lucena (Baixo/Vocais)

João Mancha (Bateria/Percussão)

 

 

 

Tracklist(Cliquem na faixa 5 para verem o clipe)

  1. Sy-gûasu (grande mãe, no idioma Tupi)
    02. Gûaîupîá (espírito dos pajés bons, no idioma Tupi)
    03. Îasy (lua, no idioma Tupi)
    04. Danhõ’re (cantar, no idioma Xavante)
    05. Huku Hêmba (espirito da onça, no idioma Akwẽ Xerente)
    06. Ko Kri (água fria, no idioma Krahô) – Faixa Instrumental
    07. Jurupari (deus dos sonhos, no idioma Tupi)
    08. Gûaînumby (beijar-flor, no idioma Tupi)
    09. Îagûara Kûara (toca da onça, no idioma Tupi)
    10. Abaré Angaíba (padre mau, no idioma Tupi)
    11. Rowahtu-ze (ensinamento, no idioma Akwẽ Xerente)