Por: (Arte Metal)

É muito bom ver bandas buscando novos horizontes, além da identidade própria. Melhor ainda é saber que muitas delas, ao invés de retratar temas de origens de outros territórios, preferem focar na cultura brasileira e explorar a riqueza que a cultura indígena possui. Ok, o Barok-Projekto não é o primeiro a fazer isso e nem o último.

Mas, o melhor de tudo é que as bandas não se preocupam em focar apenas um estilo, cada uma soando da sua forma e conforme suas influências, vide Arandu Arakuaa que investe na mescla do Metal extremo com música caipira e indígena, o Tamuya Thrash Tribe que o nome já denuncia e o Voodoopriest de Vítor Rodriguez (ex-Torture Squad) no Death/Thrash Metal.

Voltando ao que interessa, isto é, ao Barok-Projekto, temos aqui uma banda ousada, afinal, não é qualquer grupo que se arrisca a cantar em esperanto e ainda encaixar muito bem as linhas com a música proposta. Melhor ainda é que a vocalista Karliene Araújo deixa seu timbre soar natural e o encaixa perfeitamente às composições.

O instrumental traz fortes influências do Power Metal e do Neoclássico, com um leve flerte com o Folk Metal, o que é até natural pela proposta. Variando nos ritmos, a banda atinge um resultado final muito bom, pois a cada audição Sovaĝa Animo se torna mais interessante. Vale lembrar que o disco é conceitual e fala sobre a já mencionada mitologia indígena.

A única ressalva fica por conta da produção. Não, não se trata de algo extremamente mal feito, mas o abafamento contido tirou um pouco do peso das guitarras e deixou a bateria um pouco baixa. Nada que atrapalhe a análise, mas que pode e deve ser melhorado num disco futuro, afinal a sonoridade da banda exige mais. E que capa, hein!?

BaRok-Projekto - Sovaĝa Animo

Nota: 8,0

Tracklist:

  1. Antaŭparolo de prapatra kaciko
  2. Tauba kaj Kerana (Malbeno – 1a parto)
  3. Ĉe ni estas Abasai’
  4. Droniga Pasio
  5. Reĝino de la nokto
  6. Sovaĝa animo
  7. La sep filoj (Malbeno – 2a parto)
  8. La sagoj de Rudá
  9. Melodio de Akŭanduba
  10. Kaapora (Kroma Trako)
  11. La plej bona ĉasisto (Kroma Trako)

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Escrito por

Vitor Franceschini

Jornalista graduado, editor do Blog Arte Metal.