Nada melhor do que música e fantasia para terminar o dia das crianças. E foi assim na última quarta-feira (12), em uma noite nublada e um pouco fria, quando um público composto por pessoas de diversas faixas etárias se reuniu, no Blackmore Rock Bar, em São Paulo/SP, para ver a primeira apresentação do Cruachan aqui no Brasil.
Com um certo atraso – algo infelizmente comum em vários shows e locais – a Lochránn deu início à festa por volta de 19h45. Digo festa porque a banda de Campinas, interior de São Paulo, conseguiu animar a plateia logo de cara, fazendo todos pularem e dançarem. Trajando kilts, rosto com pinturas azuis e demais acessórios que remetem à Irlanda, a Lochránn fez um show muito empolgante tocando somente músicas próprias. Todos os integrantes têm uma ótima presença de palco e não param de agitar um minuto e, sempre que pediam para o público acompanhar com palmas, eram prontamente atendidos. Vale a pena ficar de olho nessa banda que está prestes a lançar seu primeiro álbum, Moonlight Dance.
Já passava das 21 horas quando o Cruachan entrou no palco com seus trajes típicos ao som de uma intro, para logo pedir a “presença” de uma antiga deidade celta com To Invoke The Horned God, música do primeiro álbum da banda, Tuatha Na Gael. Seguiram com Maeves’ March, música instrumental que foi “cantada” pelo público com “ôôôôô” e acompanhada por palmas. Os músicos se mostraram bastante simpáticos e interagiam com o público, que gritava, pulava e aplaudia. Com uma pegada mais pesada, veio Pagan Hate, do mais recente álbum da banda, Blood On The Black Robe, trazendo de volta o lado black metal dos irlandeses. Para a próxima música, Bloody Sunday, Keith Fay chamou ao palco Juliana Rossi, bela vocalista das bandas paulistanas Hevorah e Ravenland. Com uma presença de palco marcante, Juliana cumpriu bem seu papel não só nessa, mas em todas as músicas nas quais participou. O Cruachan emendou Bloody Sunday com Brian Boru, uma música instrumental tradicional que novamente foi acompanhada por palmas pelos presentes. Na sequência, tocaram The Great Hunger, do álbum The Morrigan’s Call, também com a participação de Juliana. Ao começarem a próxima música, Thy Kingdom Gone, houve uma pequena falha fazendo com que a banda reiniciasse a canção, e Keith manteve o bom humor soltando um “Take two” (Segunda tomada). Aliás, mesmo com alguns probleminhas de som – na minha opinião, o som durante a apresentação da Lochránn estava melhor do que na do Cruachan – os irlandeses pareciam alegres e bem humorados e interagiam bastante com a plateia. Continuando o show, foram alternando músicas de álbuns mais antigos com o Blood On The Black Robe, sem perder o pique e a energia. Ossian’s Return contou novamente com o vocal feminino de Juliana contrastando com a voz de Keith. Na sequência, tocaram Primeval Odium, música um pouco mais lenta e cadenciada, e Some Say The Devil Is Dead, que fez o público pular bastante. Juliana ainda voltou para Pagan, do álbum homônimo de 2004. Então a banda anunciou a última música da noite, uma combinação de The Morrigan’s Call com I Am Warrior, mas ainda tocou a bela Ride On acompanhada por Juliana, encerrando, após pouco mais de uma hora, uma apresentação memorável desses guerreiros pagãos.
A banda de abertura merece parabéns pelo ótimo aquecimento, bem como o público que não parou de pular (literalmente) e acompanhar com palmas todas as músicas. Quanto ao Cruachan, bom, mostrou por que é considerado um dos principais nomes do folk/black metal mundial.
That’s all, folks!
Setlist Lochránn:
Eyeless Monkey Inn
Promise
Lords of Gondor
Avalon’s Fall
Freedom
Sail Song
Battle Claim
Pagan Pride
Setlist Cruachan:
To Invoke The Horned God
Maeves’ March
Pagan Hate
Bloody Sunday/Brian Boru
The Great Hunger
Thy Kingdom Gone
Ossian’s Return
Primeval Odium
Some Say The Devil Is Dead
Pagan
The Morrigan’s Call/I Am Warrior
Bis
Ride On