Chegou a hora de comentar a obra de arte do incrível Tamuya Thrash Tribe e o seu tão aguardado debut, The Last Of Guaranis, disco esse que vez a endossar e engrossar ainda mais o movimento do Levante do Metal Nativo, movimento esse que eu mesmo já gravei um vídeo em apoio as bandas e a toda a idéia, essa que eu acho mais do que necessária para a nossa cultura, para ver o vídeo, clique no link acima e vá na aba vídeos, você encontrará grandes pessoas, jornalistas e personalidades de nossa música dedicando o mesmo apoio ao movimento, mas vamos lá.
O Tamuya Thrash Tribe nasceu por volta de 2011, digamos, quando eles lançaram o EP United (que vem remasterizado nesse lançamento, como bônus), desde lá, estamos esperando The Last Of Guaranis e ele chegou esse ano, a banda que é formada por Luciano Vassan (vocal/guitarra), Leonardo Emanoel (guitarra), J. P Mugrabi “Chewbacca” (baixo) e Bruno Rabello (bateria) nos presenteou com esse petardo.
A intro do disco já vem mostrando que, mesmo cantando em inglês, merecem uma vaga no Levante do Metal Nativo, a belíssima intro Oreru Nhamandú Tupã Oreru, uma canção dignamente indígena abre o disco, vindo logo The Voice Of Nhanderú (VON), música certamente voltada para a cultura indígena.
Logo depois, vem o que mais me chamou atenção no disco, uma intro, chamada Brado de Xangô que, para quem ouve pela primeira vez, vai achar que é coisa deles, mas não, esse é um ponto das religiões afros Brasileiras e não nego, eu achei a escolha dessa intro e a ligação direta dela com Senzala/Favela algo perfeito e essa música conta com uma participação mais que especial, Marcelo D2 (Planet Hemp), empresta a sua voz para essa incrível canção.
Depois dessa sequência, vem uma música que ao vivo funciona bem demais, The Last Ball Of Empire, que fica registrada nesse grande lançamento, pesada, aquela pegada Thrash / Death Metal sensacional, muito boa a música, essa faz parte do panteão das “carimbadas” do Tamuya, e o que falar da faixa título do disco, The Last Of The Guaranis, continua apavorando, guitarras soando lindas, uma levada maravilhosa, bem calcada na nova onda de Thrash Metal, as percussões que aparecem dando mais brilho aqui e ali melhoram todo o trabalho. Mais um momento pra uma pequena intro, Vinte e Cinco, uma acústica, com violões, violas caipiras e mais uma bela participação no disco, o vocalista do Casuarina e filho do Lenine, João Cavancante, fez uma bela interpretação, cantando a história de um homem que seria da gangue de Lampião, introdução perfeita para Violence And Blood, outro sonzaço, música com pegada e pesadíssima, com percussões sensacionais no início, que empermeia a música um toque regional e dá uma beleza inacreditável no som da banda.
A Call From Xapuri, uma música mais diretona e pesada, a cara da banda, com guitarras bem entremeadas, tudo como sempre perfeito, com um cuidado ímpar para estar casado com a proposta da música. The Conjuration (Martyr), a música que vem a seguir começa com uma linha de baixo linda, aquela entrada de guitarras maravilhosa, a bateria pesadíssima e um trabalho de percussão, de novo, maravilhoso, uma música com o toque de classe único, perfeita, vocais limpos e urrados fazem um trabalho maravilhoso, parabéns Luciano Vassan!!
Uruatu´s Cry e Hahem fecham esse incrível disco, com a qualidade mais que intocada dessa banda que, só posso concluir que, depois desse caminho, com tantos shows e apresentações fora do comum, o lançamento de The Last Of Guaranis, coloca o Tamuya Thrash Tribe como um dos nomes fortes para ser um dos maiores dentro do cenário Heavy Metal do Brasil, mais um disco clássico vindo do Rio de Janeiro, todas as participações que esse disco apresenta, foram escolhidas a dedo e elas fizeram um trabalho incrível nesse clássico que aqui nasce e ainda vale citar que temos uma versão do EP United remasterizada e com a inclusão, dos já clássicos Immortal King e United em versões acústicas lindas, ou seja, corre, é um grande lançamento, mais um clássico nascido no Rio de Janeiro.
Nota: 10